O leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a contratação de serviço público de transmissão de energia elétrica durou cerca de uma hora e teve interessados em apenas quatro dos 11 lotes oferecidos. A previsão de investimentos era R$ 7,8 bilhões mas, na média, houve participação de apenas 19% do total estimado (R$1,44 bilhão). O leilão foi na promovido hoje (26) na sede da Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo, BM&F Bovespa.

Para o diretor da Aneel, Reive Barros, o resultado ficou “aquém do esperado”. Ele disse que a Aneel ainda vai fazer uma avaliação sobre os motivos para a baixa procura, mas uma das razões pode ser a alta do dólar. Segundo ele, os empreendedores podem estar com receio dos preços futuros que poderiam ser praticados pelos fornecedores, tornando desvantajoso o investimento.

Entre os lotes licitados, o que conseguiu maior deságio, de 15,5%, foi o empreendimento previsto para Luziânia, em Goiás, com Receita Anual Permitida (RAP) fixada em R$ 21.123.287,99. O lote foi  arrematado pelo grupo empresarial Celg Geração e Transmissão S.A.

Reive Barros argumentou ainda que um dos motivos para a baixa procura pode ser o fato de que muitas empresas que tradicionalmente participam de leilões da Aneel estão com obras em andamento ou em atraso. “Isso pode também ter inibido a participação de mais empresas.”

De acordo com o diretor da agência, a Aneel deve se reunir com vários segmentos que envolvem as questões de riscos desse tipo de empreendimento – como os relacionados a meio ambiente – para tentar aprimorar ainda mais o formato da oferta pública, já que mais dois leilões estão previstos para ocorrerem ainda neste ano, sendo um deles em outubro.