A Fifa tomará uma de suas decisões políticas mais delicadas na semana que vem, ao definir quantas vagas cada continente terá na Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

Com a América do Sul esperando por uma vaga extra, a Concacaf exigindo uma quarta vaga garantida e a Ásia recusando-se a aceitar algo menos do que as quatro e meia que teve em 2010, o cenário está pronto para uma sessão acalorada de dois dias, em 2 e 3 de março, quando o comitê executivo se reunir em Zurique.

As confederações continentais têm disputado as 31 vagas disponíveis para a Copa do Mundo antes da decisão da Fifa. Como é o país sede, o Brasil está qualificado automaticamente.

O presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês), Mohamed Bin Hammam, afirmou no mês passado que a sua região quer ao menos os quatro lugares e meio que teve na África do Sul.

Austrália, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Japão representaram a Ásia em 2010, enquanto o Barein perdeu a repescagem para a Nova Zelândia, a campeã das eliminatórias da Oceania.

Jack Warner, presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), disse que sua região quer a quota aumentada para quatro lugares diretos.

A Concacaf teve três lugares garantidos na África do Sul no ano passado e a Costa Rica perdeu para o Uruguai numa disputa por mais uma vaga.

“Acreditamos que a Concacaf mereça outro lugar pleno na Copa do Mundo em razão do desempenho de nossas equipes no campo e das ações de nossa confederação fora dele”, disse Warner.

“Estamos unidos em nossos esforços para fazer com que isso aconteça.”

LUGAR EXTRA

A América do Sul espera que o Brasil não seja incluído na sua cota de quatro lugares e meio para 2014, dando ao continente com 10 seleções uma vaga a mais.

A África teve seis times na Copa do Mundo de 2010, incluindo a anfitriã África do Sul e é quase certo que perca uma vaga, principalmente porque cinco seleções africanas caíram na primeira rodada no ano passado.

A Europa teve 13 times na Copa do Mundo de 2010, dos quais sete foram eliminados na primeira fase e dois chegaram à final; a Oceania teve direito a meia vaga.

O tema sempre foi espinhoso e surgiu em 2003, quando a Fifa voltou atrás na promessa de dar uma vaga automática para a Oceania, que naquela época incluía a Austrália.

A delegação da Oceania abandonou a reunião quando o comitê executivo da Fifa decidiu manter o sistema segundo o qual a melhor equipe da Oceania enfrentaria o quinto colocado das eliminatórias da América do Sul.

A Oceania depois venceu no campo, já que a Austrália derrotou o Uruguai numa disputa por uma vaga na Copa do Mundo de 2006.

A mudança subsequente da Austrália para a confederação da Ásia frustrou a esperança da Oceania por uma vaga direta, mas os vencedores da região da última vez tiveram a tarefa mais fácil de disputar com o quinto colocado da Ásia, e não da América do Sul, numa partida com dois jogos.