Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) apresentou elevação no comparativo mensal e, em julho, atingiu 77,8 pontos, alta de 7,1% na comparação com junho, quando o indicador alcançou 72,6 pontos. Em relação ao mesmo mês de 2015, houve crescimento de 5,2% – foi a primeira elevação interanual, após 29 meses consecutivos de quedas. Apesar da recuperação do otimismo, o indicador ainda se mantém há 18 meses abaixo dos 100 pontos, o que sinaliza pouca disposição para investir ou contratar por parte dos empresários.
A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo a Entidade, na percepção dos empresários, o ambiente ainda é desfavorável tanto para investir como para contratar, já que o indicador ainda permanece abaixo dos 100 pontos. Entretanto, na comparação com os meses anteriores a melhora é inegável e começa a parecer mais consistente quando analisada em conjunto com os demais indicadores da FecomercioSP. Para a Federação, dificilmente a recuperação se dará no curtíssimo prazo e em magnitude suficiente para reverter rapidamente as consequências da crise.
O Nível de Investimento das Empresas (um dos indicadores que compõe a pesquisa e sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos) teve crescimento de 2% em relação a junho, ao passar de 58,9 para 60,1 pontos. Na comparação anual, foi registrada queda de 8,8%.
Já o subíndice Expectativas para Contratação de Funcionários (o outro componente do IEC) registrou alta de 10,7% na comparação com junho e atingiu 95,5 pontos. No comparativo anual, o subíndice registrou a primeira alta, após 23 meses consecutivos de queda, de 16,5% em relação a julho de 2015.
Para a FecomercioSP, o que impressiona na recuperação das expectativas do varejo no mês de julho é que a intenção de contratar, além de ter crescido em relação a junho, já está maior do que aquela registrada no ano passado no mesmo período. Essa talvez seja a melhor notícia, não só para lojistas, mas também para trabalhadores que podem contar com dias melhores, se não imediatamente, em breve. A recuperação do emprego é a tarefa mais difícil e necessária a ser implementada pela equipe econômica e o varejo tem papel fundamental nessa resposta, por sua característica de ser intensivo em mão de obra. A Federação aponta que o setor dá sinais de ser o primeiro a contribuir para a retomada da confiança na economia do País.
O segundo semestre pode marcar um ponto de recuperação após longo período de crise. A Entidade reitera que a percepção positiva dos empresários deverá ser retomada com o final da incerteza política. Novas perspectivas vão surgir se as novas diretrizes da economia tiverem respaldo político para serem implementadas. De qualquer maneira não há como uma eventual recuperação modesta reverter todo o quadro de deterioração econômica já presente. Por isso, a Federação mantém sua preocupação com o restante do ano, mas agora com um sopro de otimismo cada vez maior para 2017. O Natal pode simbolizar essa virada como a primeira data importante a ter resultado positivo depois de muito tempo.
Nota metodológica
O Índice de Expansão do Comércio da região metropolitana de São Paulo é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 157 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista – aproximadamente 4% do PIB brasileiro – e gera 5 milhões de empregos.