A inflação oficial do país fechou 2016 em 6,29%. Com isso, o Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) ficou dentro da meta determinada pelo Banco Central.

Mais uma vez os alimentos foram a categoria que exerceram a maior influência sobre o índice. A alta de preços desse grupo de despesas acelerou a 8,62% no ano passado, depois de avançar mais de 12% em 2015.

Na análise da variação de preços dos quase 400 itens pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o feijão-mulatinho liderou as altas, com elevação de 101,59% no ano passado. Em seguida, os preços que mais subiram em 2016 foram feijão-preto (78,05%), tangerina (74,47%) e multa de trânsito (68,31%) – as multas básicas não sofriam reajustes desde 2000. Veja lista mais abaixo

Na outra ponta, os itens cujos preços mais caíram no ano foram: cebola (-36,5%), batata-inglesa (-29,03%) e tomate (-27,82%).

 

Maiores altas em 2016

 

Feijão-mulatinho: +101,59%
Feijão-preto: +78,05% 
Tangerina: +74,47% 
Multa de trânsito: +68,31% 
Feijão-macassar (fradinho): +58,35% 
Manteiga: +55,17% 
Leite condensado: +53,95% 
Farinha de mandioca: +46,58% 
Feijão-carioca (rajado): +46,39% 
Banana-maçã: 41,12%

 

Maiores quedas em 2016

 

Cebola: -36,50% 
Batata-inglesa: -29,03% 
Tomate: -27,82% 
Laranja-bahia: -26,43% 
Repolho: -24,02% 
Cenoura: -20,47% 
Manga: -14,05% 
Maracujá: -12,05% 
Energia elétrica residencial: -10,66% 
Carne de carneiro: -9,73%

Inflação em 12 meses. (Foto: Arte G1)Inflação em 12 meses. (Foto: Arte G1)

Inflação em 12 meses. (Foto: Arte G1)

 

 

Categorias de maior impacto na inflação

 

Também contribuíram com o aumento geral dos preços da alimentação os alimentos consumidos em casa, que subiram 9,36%, e os consumidos fora de casa, que ficaram 7,22% mais caros em 2016.

“Em anos mais abastados, você tem o crescimento na procura por restaurantes e bares. Nos últimos anos, ocorre uma queda no serviço, as pessoas preferem os alimentos que são feitos no domicílio. Isso é efeito da crise. A refeição fora fica pressionada, porque eles passam a não poder repassar aos consumidores os aumentos dos alimentos”, afirmou a pesquisadora.

Os preços relativos a saúde e cuidados pessoais também pressionaram o IPCA deste ano ao atingir a maior alta entre todos os grupos de despesas analisados para o cálculo desse indicador. De 9,23% em 2015, a variação passou para 11,04% em 2016. O resultado foi puxado principalmente pelo reajuste dos planos de saúde, que chegou a 13,55% – a maior taxa desde 1997 – e pelos remédios, que ficaram 12,5% mais caros: a taxa mais elevada desde 2000.

O grupo de gastos com transportes também tem grande peso no cálculo do IPCA. Assim como os alimentos, os transportes também ajudaram a frear um aumento maior da inflação em 2016. De 10,16%, a taxa foi para 4,22%). Influenciaram os preços de transporte público (7,78%). Já as passagens aéreas fecharam o ano com queda de 4,88%.

Os brasileiros também tiveram de gastar mais com educação. A alta, de 8,86% em 2016 (9,25% em 2015), foi influenciada pelo aumento dos preços dos cursos regulares, de 9,12%. As despesas pessoais também pesaram bem no bolso. A alta de 8% desse grupo foi principalmente puxada pelos custos com empregado doméstico, 10,27%, ficando acima do IPCA.

Os preços dos gastos relativos à habitação também subiram em 2016, 2,85%, mas num ritmo mais fraco do que o visto no ano anterior, quando a alta chegou a 18,31%. Segundo o IBGE, a principal contribuição partiu da energia elétrica, que ficou 10,66% mais barata.

De acordo como IBGE, dos 373 itens pesquisados pelo IBGE, 120 deles aumentaram mais que 10% em 2016. Em 2015, o número de índices que tiveram reajuste acima de 10% chegou a 160.