O início do ano está favorecendo o setor de transporte de cargas em Dracena. A safra de grãos que começou nos estados do Mato Grosso e sul do país, está favorecendo as empresas, aumentando a procura pelos fretes.
Conforme empresários do ramo na cidade, a safra de grãos, principalmente a soja que começou recentemente no Mato Grosso (MT) e outros estados como o Paraná (PR) e Goiás (GO), reflete na contratação de fretes de empresas da cidade.
A safra da soja deve prosseguir até o fim de abril e começo de maio, período que de acordo com o proprietário de uma das empresas de transportes de Dracena, Anderson Vieira, deverrá estar assegurada uma maior procura pelas carretas graneleiras.
“Quando é época de safra agrícola, a maioria dos caminhões vai para o transporte de grãos e com isso, também aumenta a oferta de fretes de outros produtos, uma vez que diminui a quantidade de carretas disponíveis para esses serviços”, explica Vieira.
Ele acrescenta que sua empresa trabalha pouco com transporte de produtos agrícolas, mas nessa época do ano também migra para essa área. “Estamos com esperança que essa seja uma boa safra de grãos e aumente o volume de serviços, sabemos que depois disso a situação volta ao normal”, pondera o empresário.
Segundo Vieira, hoje, com exceções de poucas áreas do transporte, como de combustíveis e frigoríficos, a maioria das empresas depende do agronegócios. “Apesar que o transporte de carnes também pertencer ao setor”, analisa.
REAÇÃO TÍMIDA- Mas a reação neste começo do ano, na avaliação do empresário ainda é tímida, frente à grave crise que o setor enfrenta desde meados de 2015 e durante o ano passado. “O preço do frete está menor do que há dois anos”, certifica.
O motivo principal para isso ocorrer, conforme Vieira, é o excesso de ofertas de caminhões e carretas no mercado. “Houve estímulo para a venda e isso aumentou muito a quantidade dos veículos de transporte”, afirma.
Associado à concorrência que cresceram, os custos de manutenção da frota também subiram nos últimos anos. “Vão desde os pedágios, preços dos combustíveis, pneus, peças, entre diversas despesas obrigatórias”, esclarece.
Outro motivo do aumento da concorrência, segundo Vieira, é a medida nos portos, como o de Santos, de implantar uma logística de desembarque de cargas.
“Apesar de ter sido uma reivindicação da categoria, devido às filas, o motorista chegava enfrentar a uma distância de até 30 kms do porto, acabou ocorrendo efeito contrário, com o agendamento de desembarques, houve um impacto no mercado, passou a sobrar caminhões e isso passou a determinar os preços dos fretes que foram reduzindo, nos atrapalhou muito, há mais ofertas de carretas do que serviços”, informa.
Outro fator que também influenciou na queda dos serviços, segundo o empresário, é que a maioria dos produtores não tinha capacidade de armazenamentos, fazendo com que necessitassem de transportar os produtos com rapidez. Atualmente, como existem os depósitos, os pedidos de fretes também diminuíram.
INDÚSTRIA E COMÉRCIO- Uma segunda empresa do setor de transportes em Dracena, também informou que neste começo do ano está havendo uma boa procura pelos serviços.
“Vem se mantendo como no ano passado”, informou a auxiliar de escritório, Viviane Andressa Fernandes Moraes. De acordo com ela, a demanda é principalmente de produtos para indústrias e comércio para cidades como Marília, Rio Preto, entre outras do estado de São Paulo.
O período de maior movimento nas transportadoras, conforme Andressa Moraes é nas vendas dos finais de ano e no começo quando são feitas reposições dos estoques na indústria e comércio.