O presidente Michel Temer comemorou a quinta redução seguida dos juros básicos da economia. Pelo Twitter, o presidente mencionou o corte de um ponto percentual da taxa Selic e disse que isso vai estimular a economia. “Medida vai ajudar a acelerar o crescimento econômico do país e gerar empregos para os brasileiros. A inflação em queda e a redução da taxa Selic vão estimular a economia, a produção industrial e o consumo interno”.

Temer ainda falou sobre a importância das reformas que o governo está tentando aprovar. “Com determinação para tocar as reformas que o País precisa, vamos colocando o Brasil no rumo certo”. A fala do presidente ocorre em um cenário de negociações diárias com deputados da base aliada para a aprovação da reforma da Previdência. A aprovação da reforma é considerada prioritária pelo governo na agenda de ajuste fiscal que Temer tenta promover desde sua chegada à presidência da República, em maio do ano passado.

Cerca de uma hora após a manifestação do presidente via Twitter, o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, fez uma declaração oficial com o mesmo teor, mas com mais ênfase na queda da inflação registrada em 2017. “A inflação no país no primeiro trimestre de 2017 atingiu seu nível mais baixo desde o Plano Real. Pela primeira vez em anos, há consenso entre os agentes econômicos de que será cumprido o regime de metas de inflação estabelecido pelo Banco Central”, disse Parola.

O porta-voz também destacou as reformas que o governo vem tentando aprovar no Congresso. “O momento, agora, é de reforçar o compromisso de todos com a agenda de reformas que proporcionará crescimento ainda maior nos próximos meses, com a retomada do emprego sobre as bases sólidas das responsabilidades fiscal e social”.

Selic

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com a redução de hoje, a Selic retorna ao nível de dezembro de 2014, quando também estava em 11,25% ao ano.

De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.

Em comunicado, o Copom informou que o comportamento da inflação permanece favorável. “O processo de desinflação [abrandamento da inflação] se difundiu e houve consolidação da desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. A desinflação dos preços de alimentos constitui choque de oferta favorável”, diz a nota do comitê.

A nota também diz que a aprovação e implementação das reformas do governo, especialmente as de natureza fiscal e de ajustes na economia, são “relevantes para a sustentabilidade da desinflação e para a redução da taxa de juros estrutural”.

* colaborou Sabrina Craide