O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho apontou no mês de abril, em Dracena, um saldo positivo de 144 postos de trabalho, com 219 desligamentos e 363 admissões. 

Desde começo do ano o saldo também é positivo, com 117 vagas com carteiras assinadas, resultado de 1.341 contratações e 1.224 demissões no período. 

Já nos últimos 12 meses, foram mais demissões, 3.522 e 3.357 desligamentos, com saldo negativo de 165 empregos formais na cidade e de acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Dracena e Região (Sincomércio), Sérgio Manoel, esta é a realidade que o setor vive atualmente no município.

Manoel reitera que após a Copa do Mundo (julho de 2014), o mercado de empregos no comércio da cidade e região retraiu. “As demissões começaram a acentuar a partir daquele período e até agora o mercado não recuperou”, esclarece.

O presidente do Sindcomércio explica que praticamente todos os dias, trabalhadores do comércio procuraram a sede do sindicato para fazer as rescisões contratuais. “A média mensal de rescisões atualmente gira de 120 a 150 contratos”, aponta Manoel. 

Esses números correspondem à área de abrangência do Sindicato, de Panorama a Pacaembu e referem-se somente a ex-funcionários que procuram o Sindicato. “Para os trabalhadores com menos de um ano no serviço e são dispensados, as rescisões ocorrem diretamente na empresa”, aponta o presidente.

A crise financeira e política instalada no país, conforme Manoel é o fator preponderante para que as contratações no comércio voltem a ocorrer de forma semelhante ao período anterior a julho de 2014. “Agora ninguém quer investir, o empresário fica com receio e isso afeta os empregos porque significa não contratar novos funcionários”,  constata Manoel. 

Diante da situação política que o país se encontra, com delações de corrupções que envolvem o presidente da República, Michel Temer, o presidente acredita que a questão de geração de empregos no país neste momento vai piorar.

SECRETARIA DO TRABALHO – O diretor da Secretaria Estadual de Emprego e Relações do Trabalho (Sert), de Dracena, José Aparecido Cavallari, também confirma a falta vagas no mercado de trabalho na cidade e região.

 Na Sert funciona o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), onde quem procura emprego faz o cadastro e quando surge uma vaga no mercado por uma empresa também cadastrada o interessado é indicado à vaga conforme sua especialidade.

“Tem muitos cadastros, por dia de três a quatro pessoas vem preenchê-los mas a oferta de vagas é baixa, às vezes, surge uma ou duas por semana”, complementa o diretor. Quando abrem vagas, normalmente é na prestação de serviços, como nos empregos domésticos.

Cavalari informa também que os pedidos de seguros-desempregos registram uma leve queda. “Mas é uma conseqüência do que vem ocorrendo, as empresas já enxugaram o quadro de funcionários o  máximo possível hoje a falta de empregos é grande, uma realidade que pode se diferenciar em uma cidade grande, onde a rotatividade nos empregos é maior e com isso sempre abrem novas vagas”, avalia.

Junto com a Sert funciona também o Posto do Ministério do Trabalho, onde são feitas rescisões contratuais todas as segundas-feiras. O Posto atende somente funcionários de empresas locais ou que tenham representações em Dracena e por semana vem sendo feitas cerca de dez rescisões de contratos.

CAGED– Ainda segundo o Caged, os setores que mais registraram vagas em Dracena no mês de abril, são os serviços, com 126 contratações e 67 demissões (saldo positivo de 59 vagas), comércio com 146 contratações e 108 demissões e construção civil com 29 contratações e 27 desligamentos.

Centros regionais, a exemplo de Bauru, registraram de janeiro a abril, a criação de 398 novos postos de trabalho com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

 No mesmo período do ano passado, foram 2.159 vagas extintas na cidade. Municípios de mesmo porte no Interior, como São José do Rio Preto, Franca e Piracicaba, acompanharam a mesma tendência de criação de vagas em abril, ainda conforme o Caged.