O índice de desemprego no Brasil atingiu 12,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2018. Isso significa que 12,7 milhões de pessoas estão desempregadas no país. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa Pnad Contínua.

O desemprego ficou maior do que o registrado no trimestre encerrado em dezembro, quando a taxa foi de 11,8%, mas ficou estável em relação ao trimestre anterior, quando a taxa também foi de 12,2%. O número, no entanto, está abaixo da taxa registrada no trimestre encerrado em janeiro do ano passado, de 12,6%.

Evolução da taxa de desemprego
Índice no trimestre móvel, em %
13,713,713,613,613,313,3131312,812,812,612,612,412,412,212,2121211,811,812,212,2jan-fev-mar/17fev-mar-abrmar-abr-maiabr-mai-junmai-jun-juljun-jul-agojul-ago-setago-set-outset-out-novout-nov-deznov-dez-jan/1802,557,51012,515
Fonte: IBGE

O índice de desemprego calculado pelo IBGE é uma média móvel trimestral, divulgada mensalmente. Isso significa que o resultado de janeiro se refere ao período entre novembro de 2017 e janeiro de 2018.

 

Efeito sazonal

 

Para o IBGE, o índice de desemprego só não continuou em queda no trimestre encerrado em janeiro por motivos sazonais.

“A gente teve duas quedas seguidas na taxa de desocupação (em relação ao trimestre anterior). Isso significa que houve uma melhora no mercado de trabalho. Mas, quando chega em janeiro deste ano, você tem uma estabilidade. Se não fosse o período sazonal, a expectativa era de que a taxa tivesse caído pela terceira vez”, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

“Janeiro é um mês em que tem dispensa de trabalhadores, mas não aconteceu. Então, pode ter havido dispensa e ao mesmo tempo novas contratações”

 

“Se não fosse a sazonalidade, teria ocorrido outra queda (no índice de desemprego)”.

 

 

Sem carteira assinada

 

De acordo com o levantamento, a população ocupada aumentou em mais de 1,8 milhões de pessoas em relação a janeiro do ano passado. Deste total, 986 mil pessoas são de trabalhadores por conta própria.

O número de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada aumentou em cerca de 500 mil na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

“A gente tem que dar conta que esse crescimento (da população ocupada) que aconteceu foi pelo trabalho informal. Desse 1,8 milhão que cresceu, parte expressiva é do mercado informal”, ressaltou.

Azeredo destacou que apenas 317 mil postos de trabalho criados podem ser considerados efetivamente formais, já que foram contratações do serviço público. Outros 180 mil são de novos empregadores. O restante indica trabalho informal, sendo 986 mil novos trabalhadores por conta própria, 581 mil novos postos sem carteira de trabalho assinada, 267 novos trabalhadores domésticos e 79 mil trabalhadores familiares auxiliares.

Segundo Azeredo, há uma redução significativa da queda do número de trabalhadores com carteira assinada. O contingente de pessoas ocupadas em empregos formais é estimado em 33,3 milhões em janeiro – uma queda de 1,7% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, o que significa uma perda de 562 mil empregos formais.

“O mercado continua perdendo carteira de trabalho assinada”, enfatizou Azeredo.

 

Rendimento

 

O rendimento médio real habitual do trabalhador ficou em R$ 2.169 em janeiro. Segundo o IBGE, este valor ficou estável na comparação com janeiro do ano passado, quando foi de R$ R$ 2.135. Já a massa de rendimento real habitual teve alta de 4,4% neste período, chegando a R$ 193,8 bilhões.