A frase “Do império à república”, usada pelo marketing do Corinthians para apresentar Adriano, resume muito bem a vida que o Imperador terá em São Paulo. As regalias de um verdeiro rei que tinha na última passagem pelo Flamengo acabaram. Em baixa e para não causar um racha no grupo, o atacante será tratado no Timão como qualquer outro atleta. As punições serão pesadas em caso de mau comportamento.
– É óbvio que ele gostaria de ter privilégios. Ele vai faltar ou atrasar como todos os jogadores, mas precisará de uma boa razão para isso – disse o presidente Andrés Sanches.
O grande temor da diretoria do Corinthians é que Adriano crie um ambiente ruim no clube. Apesar do bom relacionamento com os companheiros de todos as equipes que passou, o Imperador cometeu constantes falhas e sempre acabou perdoado. No Timão, a liderança do elenco está nas mãos de Alessandro e Chicão, dois dos mais antigos no Alvinegro.
Com a desconfiança de parte da direção alvinegra em contratá-lo, Adriano tomou a iniciativa de pedir a inclusão de algumas cláusulas no contrato assinado na última segunda-feira. No vínculo, o jogador será multado em até 40% do salário quando cometer deslizes e poderá ter o acordo rompido, sem o pagamento de multa, caso isso se repita algumas vezes.
O atacante terá também metas a cumprir. Se mantiver uma frequência de atuações e marcar gols, seu salário quase dobrará. O Imperador ganhará R$ 300 mil mensais, montante que poderá chegar aos R$ 500 mil, dependendo do rendimento dele.
– Eu não fujo das coisas que já fiz. É certo o Corinthians fazer isso (cláusulas) porque é mais tranquilidade para eles e mais responsabilidade para mim – disse o centroavante.
O Corinthians, porém, não quer falar sobre o contrato. A cúpula do clube se esquiva de todas as perguntas sobre os detalhes do acordo. O vínculo do atleta vai até junho de 2012, com possibilidade de renovação.
– O contrato só interessa ao Corinthians e ao atleta. As cláusulas são um segredo entre o clube e o jogador. O mais importante é que os dois estão satisfeitos – desconversou o diretor de futebol Roberto de Andrade.