São 216 metros de altura e 180 de queda livre. É como se atirar de um prédio de 70 andares e ser salvo a apenas dez andares do chão. Todos os dias, dezenas de pessoas pagam o equivalente a R$160 para saltar do maior Bungee Jump comercial do mundo, título conferido pelo Livro dos Recordes.

Ele fica na ponte Bloukrans, que liga o Cabo Oriental ao Cabo Ocidental, duas das mais belas províncias da África do Sul. É um dos principais pontos turísticos da região e atrai gente do mundo todo.

– Não é questão de coragem, porque na verdade você não precisa fazer absolutamente nada. E só cair e sentir que Deus está no comando – descreveu o holandês Meryn Zaat, de 24 anos, logo após ser resgatado de seu salto.

Em média, são sete segundos de queda livre e normalmente todos voltam extasiados da experiência. Bem diferente das expressões tensas que antecedem os saltos. Antes de pular, é preciso assinar um termo de responsabilidade.

Depois, os visitantes acompanham atentamente as orientações de instrutores e atravessam uma plataforma de chão vazado até chegarem ao centro da ponte, onde fica o Bungee Jump. Uma música eletrônica em alto volume parece seguir a batida dos corações ansiosos e dá o último empurrãozinho em quem ainda está com medo.

– O primeiro salto é sempre mais complicado, difícil de descrever, porque normalmente você está muito tenso. Do segundo em diante dá para curtir mais a experiência e aí você não quer mais parar – explica Donovan Boezak, que trabalha há sete anos como instrutor.

Donovan começou a saltar pela simples necessidade de arrumar um emprego, mas hoje se diz fascinado pelo trabalho.

– Nunca tinha pensado em pular de um Bungee Jump, mas essa tornou-se minha rotina e eu adoro. Faço por obrigação e também por prazer.

Turistas em queda livre

E, de fato, parece que os instrutores são os que mais se divertem com a brincadeira. Diante de visitantes normalmente tensos, demonstram bom-humor especialmente antes de cada contagem regressiva. Cinco, quatro, três, dois, um, eles gritam, e lá se vai mais um turista em queda livre.

– Ninguém morre do coração com isso, não. É pura adrenalina, um remédio natural que faz muito bem para o nosso corpo – brinca o instrutor Chad Barnardo.

– Antes de pular dá medo, mas depois é uma sensação meio inexplicável. Por alguns segundos você não sente nada tocando em você, parece mesmo que você está voando – conta o sul-africano Michael Hartnady, de 18 anos, que saltou pela primeira vez.