Pesquisa do governo federal em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta que o bafômetro é pouco utilizado no País. Em um dos estudos foram levantados números que demonstram a carência de fiscalização: dos motoristas de carro submetidos ao bafômetro por policiais rodoviários, apenas 9,2% disseram que já tinham passado pelo aparelho. Entre os motoqueiros, o número foi ainda menor: 8,3%.

As porcentagens aumentaram quando os entrevistados eram motoristas profissionais: 20% para caminhões e 20,9% para ônibus. Os condutores foram abordados em rodovias das 27 capitais brasileiras, sempre às sextas e aos sábados, das 12 horas às 24 horas. Ao conversarem com um policial, eram convidados a participar do estudo com membros da UFRGS – a adesão foi de 97,4%.

“Quanto mais bafômetro é feito, menos impacto do álcool no trânsito. Em alguns países a média com que um motorista vai passar pelo teste ao longo de um ano é de 14 vezes, enquanto no nosso País isso ainda não é frequente”, analisa o psiquiatra Flávio Pechansky, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trânsito e Álcool da UFRGS. “É preciso que as ações de repressão a álcool e drogas no trânsito sejam constantes e não apenas relacionadas a eventos. Quando isso se transformar numa atividade regular, provavelmente os números de acidentes de trânsito vão baixar.”

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 35 mil pessoas morreram em 2004 em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil. As vítimas mais frequentes são jovens do sexo masculino.