Manifestação pacífica aconteceu na tarde de ontem, 27, em frente à Prefeitura de Dracena. Buzinaço, organizado através de redes sociais foi realizado. A maioria dos manifestantes era empresários que solicitavam a reabertura do comércio local.

Cerca de 50 carros passaram algumas vezes em frente à sede do Poder Executivo fazendo muito barulho reivindicando a abertura dos estabelecimentos comerciais.

Um manifestante específico foi porta voz do que estava sendo pedido ao prefeito. Walter Fernandes, proprietário de uma vistoria veicular, estava com o microfone em mãos. Falando diretamente ao prefeito, o empresário se dizia convocado pelo presidente da República para voltar aos trabalhos.

Após sua fala em frente à Prefeitura, ele conversou com a reportagem do Jornal Regional. “Queremos que o prefeito flexibilize as regras do município. A fiscalização é responsabilidade do município. Temos que pagar as contas”, disse ele.

Segundo Fernandes, a liberação para reabertura do comércio veio do presidente Jair Bolsonaro, quando em cadeia nacional de TV, disse que o coronavírus era uma ‘gripezinha’ e que o país não poderia parar. “Pessoas de 20 a 40 anos não pegam essa doença. Quem falou foi o presidente e seus ministros. Quem sou eu pra desacatar o que eles estão dizendo. Precisamos voltar, precisamos trabalhar. Muitos funcionários não terão comida em casa se isso continuar”, completou.

Quando indagado de que havia decreto federal que aprovava o estado de calamidade pública, o que dava autonomia para decretos estaduais e municipais, Fernandes admite contradição. “Sim, o presidente pode ter se confundido nisso. Mas o que estamos pedindo é que o prefeito faça força junto ao governador para que possamos trabalhar, mesmo que de forma restrita”, finalizou.

Prefeitura

Em entrevista publicada nesta edição do Jornal Regional, o prefeito Juliano Bertolini afirmou que o decreto, assinado por ele, é inferior ao decreto estadual. “Posso até flexibilizar o decreto que já é mais brando que o estadual e o federal. Posso até não fiscalizar. Mas esses empresários irão descumprir regras estaduais e as consequências com a Polícia Militar, que representa o Estado”, afirmou.

Segundo o prefeito, a melhor saída é aguardar novas decisões do governo estadual. “Nós não podemos interferir em um decreto estadual. Se fizermos isso podemos ser enquadrados em uma ‘Ação Civil Pública’ e responder criminalmente por isso”, concluiu.

ACE

Em contato com a reportagem do Jornal Regional, o presidente da Associação Comercial Empresarial de Dracena, Luis Carlos Scaliante, disse ser favorável à manifestação. “Desde que seja de forma pacífica e sem aglomeração nós iremos apoiar”, disse Scaliante antes do movimento.