Foi registrado o primeiro caso do ano de leishmaniose em humano no município de Osvaldo Cruz. Segundo informações, um garoto de 12 anos, morador na zona rural do município teria contraído a doença.

A leishmaniose pode apresentar sintomas até 24 meses após a infecção e por conta disso, fica difícil rastrear onde o garoto contraiu a doença.

O menino foi encaminhado para Marília, onde realiza tratamento.

A Prefeitura de Osvaldo Cruz, por meio de sua Assessoria de Imprensa, emitiu uma nota sobre o caso. Segue a nota na íntegra:

A Secretaria de Saúde de Osvaldo Cruz confirma que foi diagnosticado um caso de leishmaniose visceral em ser humano.

O paciente é um jovem de 12 anos de idade, morador na zona rural do município.

A Vigilância já foi até o local onde mora o paciente para as ações de campo em busca de focos do mosquito transmissor e ainda eventuais animais também doentes.

Atualmente o paciente recebe tratamento médico em Marília e também é acompanhado pela Rede Municipal de Saúde. O tratamento do paciente em Marília é feito no Hospital das Clínicas.

A doença

A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos pelo mosquito-palha. Em estágio mais avançado, a doença causa inchaço do fígado e do baço, comprometendo o correto funcionamento do sistema hematológico, e pode atingir também a medula óssea. Se não tratada, a leishmaniose pode levar à morte em 90% dos casos, segundo o Ministério da Saúde.

Pela convivência no ambiente doméstico, os cães são vistos como intermediários importantes da transmissão da leishmaniose visceral para humanos: o mosquito pica um animal contaminado e passa adiante o protozoário causador da doença ao picar outro animal ou uma pessoa. Perda de peso, aparecimento de feridas ou descamações de pele, queda anormal de pelos, inchaço das pernas e sangramento do nariz são efeitos da leishmaniose visceral em cachorros. No entanto, a doença pode ser assintomática em muitos casos.

Diferentemente do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, que se reproduz em água limpa, o mosquito que transmite a leishmaniose prefere ambientes úmidos com farto material orgânico. Há apenas um medicamento liberado pelo Ministério da Agricultura para o tratamento da leishmaniose visceral canina, porém, ele não é considerado 100% eficaz. Embora reduza os sintomas no cão, o medicamento não elimina totalmente o protozoário, de forma que o animal continua sendo um repositório da doença.

O Ministério da Saúde está conduzindo pesquisas para avaliar a relação custo-efetividade do uso de coleiras repelentes como medida de controle. A vacina preventiva, que pode ser aplicada somente em cães saudáveis, não entrou nas políticas do governo porque os estudos de eficácia foram considerados insuficientes. A primeira vacina é aplicada em três doses, depois são necessários reforços anuais de aplicação única.