Um adolescente passa pelas influências da sedução, do ódio e outras. Já enfraquecido para aguentar, sucumbe quando a falta de fé lhe é apresentada e senta-se na cadeira das tentações. Começa uma luta do bem para retirá-lo daquela condição. Uma batalha que culmina quando ele escolhe se libertar e renasce. É o tema do livre-arbítrio ao som de canções gospel.
Esse é o enredo da peça teatral “Deus cuida de mim”, uma livre-adaptação encenada por 12 adolescentes que cumprem medida socioeducativa no CASA Irapuru I, em Irapuru, e que será apresentada à comunidade irapuruense e das cidades de Dracena e
Santa Mercedes.
Na quarta-feira (05/), os jovens mostram a mensagem de superação na Instituição Novo Amanhecer, em Dracena. Ontem (06), as crianças e adolescentes da Escola Municipal Pedro Leite Ribeiro, em Irapuru, sentirem-se tocados com a história.
Na terça-feira (11), às 13h30, será a vez dos alunos da Escola Estadual Ministro Oscar Pedroso Horta se emocionarem com a encenação. A rodada de apresentações dos adolescentes terminará no dia 16 de abril, numa noite Páscoa, às 19h, na apresentação
para os frequentadores da Igreja Evangélica de Dracena.
A curiosidade do público e os convites surgiram depois que a peça foi encenada no centro socioeducativo, no dia 28 de março, durante a cerimônia de entrega dos certificados dos cursos de educação profissional básica, realizados por educadores do Senac de Presidente Prudente.
Segundo a coordenadora pedagógica do CASA, Nancy Mendonça, havia no evento representantes das organizações que solicitaram as exibições, e as pessoas se emocionaram com a mensagem e a atuação dos adolescentes.
“A peça discute o envolvimento dos jovens com más companhias, erros que cometem e como eles renascem depois que se libertam das influências ruins”, explica a coordenadora pedagógica.
Durante os meses de janeiro e março deste ano, com o apoio da coordenadora pedagógica e dos funcionários do centro socioeducativo e finalização do agente educacional Reinaldo Cirino Costa, os adolescentes ensaiaram e se dedicaram.
A atividade é parte da oficina de cultura de paz e do Eixo Étnico Racial promovida todas as sextas-feiras no centro para um grupo de 15 jovens internados. O foco é discutir questões como preconceito, raça, gênero e cultura de paz.
“Essas apresentações externas são importantes porque são momentos de socialização e integração dos jovens com o seu meio social de origem, além de ser um estímulo para o cumprimento da medida socioeducativa”, avalia Nancy.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) preveem que durante a execução da medida socioeducativa de internação, é garantida a convivência comunitária do jovem.