Mais de 3.700 adolescentes que cumprem medida socioeducativa de internação em 84 centros da Fundação CASA no Estado de São Paulo se formam no primeiro trimestre de 2017 nos cursos de educação profissional básica, realizados em parceria com o Senac paulista. Desses, 83 jovens cumprem a medida socioeducativa nos CASAsIrapuru I e II.
Ao todo, são 382 turmas, sendo 171 no interior e 211 na capital paulista e litoral. No convênio assinado com o Senac, há 31 cursos divididos em cinco grandes nichos: alimentação, hotelaria e eventos, moda e beleza, negócios e desenvolvimento social e tecnologia da informação.
Em Irapuru, são oito opções de cursos, cujas aulas são ministradas por educadores do Senac e os jovens recebem certificado da entidade do Sistema S: noções básicas de organização de eventos, noções de informática – Windows e Office, rotinas básicas de escritório, preparo de lanches e sucos, vendedor de varejo de moda, preparo de pizzas, básico em Excel e rotinas básicas de garçom.
Uma das metas é fortalecer o processo de formação dos adolescentes e identificar possíveis caminhos que possam trilhar no mercado de trabalho. “A questão vai além da introdução profissional e financeira, trata-se de uma oportunidade de afastar os nossos jovens dos problemas encontrados nos meios em que estão inseridos e do caminho que possam seguir na criminalidade”, ressaltou a presidente da Fundação CAS, Berenice Giannella.
“O objetivo dos cursos é iniciar a qualificação profissional dos adolescentes e aproximá-los de profissões que possibilitem gerar uma melhor perspectiva de vida”, explicou Ana Maria da Silva, gerente de Educação Profissional da Fundação CASA.
As aulas acontecem no contra turno da educação escolar, cujos programa, calendário e material didático seguem a rede pública estadual. “Os jovens passam a perceber a importância da escola e da formação em suas vidas. As áreas de ensino ampliam seu aprendizado, sua curiosidade, sua expressão e o seu desejo de querer ser um profissional na área, caso se identifique”, comentou Ana Maria da Silva.
As formações da educação profissional básica têm duração aproximada de três meses (ciclo trimestral). As aulas ocorrem duas vezes por semana nos próprios centros socioeducativos, totalizando de 50 horas de carga horária.
As salas comportam, em média, 15 adolescentes por turma, o que proporciona um aprendizado mais personalizado e melhor aproveitamento dos conceitos. “É importante ressaltar que todo o material é adquirido pela instituição e as apostilas são customizadas para o adolescente em cumprimento de medida socioeducativa, atendendo à sua especificidade”, disse a gerente.
Ana Maria ainda explicou que, por serem cursos práticos, os jovens já saem da Fundação CASA aptos a já exercer o aprendizado no mercado de trabalho. “As chances de os adolescentes conseguirem o primeiro emprego ou investir num negócio próprio se tornam maiores”, finalizou.
A Gerência de Educação Profissional faz o gerenciamento dos cursos do Senac junto às Divisões Regionais Metropolitana Oeste na capital e Grande São Paulo (DRM I, II, III, I-V, V), Divisão Regional Metropolitana Campinas (DRMC), Polo Regional ABCD (POLO ABCD), Vale do Paraíba (DRVP), Litoral (DRL), Regional Norte (DRN), Oeste (DRO), Sudoeste (DRS).
O CONVÊNIO – Em setembro de 2016, a Fundação CASA e o Atendimento Corporativo do Senac São Paulo ampliaram o contrato que oferece cursos de qualificação profissional básica para jovens, a partir de 14 anos, que cumprem medida socioeducativa na instituição. O convênio, iniciado em julho de 2015 em centros da Fundação no interior, se estendeu também para a Grande São Paulo e o litoral.
De acordo com Maurício Pedro, gerente de Atendimento Corporativo do Senac São Paulo, os cursos foram desenvolvidos por meio de práticas pedagógicas inovadoras, que estimulam o aluno a construir o conhecimento e a desenvolver competências. “Utilizamos metodologias que são mais participativas, estruturadas na prática, baseadas em situações reais de trabalho, através de estudos de caso, pesquisas, solução de problemas, projetos e outras estratégias, especialmente algumas apoiadas em recursos da tecnologia educacional”, afirma.