Hoje, 21 de março, é o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data faz alusão aos três cromossomos no par 21, característico das pessoas com a síndrome, e está no calendário oficial da Organização das Nações Unidas (ONU). O tema deste ano é “Ninguém fica para trás” e o objetivo é conscientizar as pessoas sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, bem estar e a inclusão das pessoas com Down na sociedade. A Síndrome de Down não é uma doença, mas sim uma mutação genética.

Em Dracena, a Apae atende aproximadamente 210 alunos/destinatários com deficiência intelectual, múltipla e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dentre eles, são 26 pessoas com síndrome de Down compreendendo crianças (a partir de zero ano), adolescentes, adultos e idosos. O objetivo é desenvolver e estimular as habilidades deles nas áreas neuropsicomotora, neurosensorial e de comunicação. Além de Dracena, a entidade beneficente sem fins econômicos, de caráter assistencial, de saúde e de educação atende os municípios de Junqueirópolis, Irapuru, Flora Rica, Ouro Verde, Santa Mercedes, Panorama e os distritos de Jamaica e Jaciporã.

Os alunos/usuários recebem atendimento altamente especializado por uma equipe interdisciplinar composta por nutricionista, terapeuta ocupacional, fisioterapeutas, médico psiquiatra, psicólogas, fonoaudiólogas e professores especialistas. Também são oferecidos atendimentos visando o desenvolvimento de suas potencialidades e inclusão social como: equoterapia, jardim sensorial, atividades aquáticas, hidroterapia, atividades e oficinas pedagógicas, educação física, dança, coral, fanfarra, atividades artísticas, informática e projetos específicos como: Natal Mais Feliz e Férias na Escola.

Neste ano, a pequena Lívia Emanuelle Rodrigues de Oliveira Antunes, de 1 ano e três meses, atendida pela Apae desde outubro do ano passado, mostra seu sorriso mais bonito na campanha de divulgação da entidade. Lívia é filha de Márcia Rodrigues de Oliveira Antunes e Victor Anderson de Oliveira Antunes.

Estrabismo e outros problemas de visão são comuns na Síndrome de Down

 
 A Síndrome de Down é uma condição genética que se caracteriza pela presença de um cromossomo extra no par 21. Por este motivo, é chamada de trissomia do cromossomo 21. Esta anomalia cromossômica gera algumas características específicas na aparência física, assim como pode levar a algumas patologias e condições de saúde.

De acordo com a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo e neuroftalmologista, os problemas de visão são bastante prevalentes nas crianças que nascem com a síndrome de Down.“Entre as condições visuais mais prevalentes na síndrome de Down estão o estrabismo e os erros refrativos, como a hipermetropia e a miopia. De acordo com a literatura, temos uma prevalência alta de hipermetropia, cerca de 40%. Já a miopia afeta cerca de 14% desta população”, comenta a especialista.
Estrabismo está presente em até 20% das crianças com Down
O estrabismo, um desalinhamento do eixo visual, é outra condição muito prevalente na trissomia do cromossomo 21. “Na prática clínica, a principal origem do estrabismo na síndrome de Down está relacionada à hipermetropia, que afeta a visão de perto. Para compensar a dificuldade de enxergar um objeto próximo, a criança acaba desviando os olhos. Felizmente, este tipo de estrabismo, chamado de acomodativo, pode ser corrigido por meio do uso de óculos”, reforça Dra. Marcela.

Acompanhamento oftalmológico deve ser contínuo

A medicina avançou muito nos últimos anos. Com isso, os tratamentos e as terapias que existem hoje permitem que as crianças que nascem com a síndrome de Down sejam estimuladas precocemente, para explorar todo o potencial de desenvolvimento motor, cognitivo, social e emocional.
Olho preguiçoso

Além da hipermetropia, da miopia, do astigmatismo e do estrabismo, a síndrome de Down também aumenta o risco de desenvolver a ambliopia. Esta condição, mais conhecida como olho preguiçoso, ocorre quando a visão de um olho é melhor que a do outro. Os olhos captam duas imagens, que no cérebro são convertidas em uma única. Esta capacidade é chamada de visão binocular.
Nistagmo e ceratocone

Há ainda outras condições que podem afetar a visão na síndrome de Down, como o nistagmo e o ceratocone. “O nistagmo é uma condição rara que causa tremores rítmicos e incontroláveis nos movimentos oculares. Em muitos casos, para conseguir o controlar os movimentos dos olhos, o paciente adotar posturas incorretas, como torcer o pescoço, por exemplo”, comenta Dra. Marcela. (Com informações assessoria de imprensa)