Morando há quase três anos em Auckland, na Nova Zelândia, o dracenense Gilvan Lemos da Silva, de 38 anos, foi medalha de bronze no campeonato nacional de Karatê daquele país, no último sábado (13/07).

Há poucos dias, Gilvan foi selecionado para representar a seleção da Nova Zelândia no Campeonato Mundial de Karatê, que ocorrerá em Dublin, capital da Irlanda, entre os dias 23 e 25 de agosto.

Gilvan é formado em educação física e pós-graduado em Fisiologia do exercício e Treinamento Personalizado, e trabalha como Personal Trainner em uma academia da rede LesMills, uma das maiores redes de academia do mundo, atuando em mais de 30 países.

Praticante do Karatê desde os 12 anos de idade, Gilvan é faixa preta de Karatê Shotokan JKA e treinava em Dracena com o sensei Rafael Bernardelli. Ao chegar na Nova Zelândia, passou a treinar em uma academia de Karatê afiliada à federação Karatê Shotokan JKS, o que exigiu algumas adaptações na prática do esporte, porém em pouco tempo, passou a se destacar e chamou a atenção do sensei Sean Joseph (4º Dan de Karatê), que o indicou para a seletiva do campeonato mundial.

Na sua categoria, que abrange atletas entre 22 a 39 anos, Gilvan foi selecionado na modalidade Kata, e será o único estrangeiro a representar a Nova Zelândia no campeonato. “Será minha primeira experiência em competições internacionais. Isso nunca havia passado por minha cabeça e o fato de defender uma seleção de outro país, sendo um estrangeiro no time, me motiva ainda mais”, afirmou Lemos.

“Vou para este campeonato com a sensação de estar defendendo as duas nações, pois além da Nova Zelândia, que está me dando esta honrosa oportunidade, também defenderei os familiares e amigos brasileiros que estão torcendo por mim!”, conclui.

Para financiar as despesas da competição internacional, amigos neozelandeses lançaram uma ‘vaquinha virtual’, através do site Givealittle. A intenção dos organizadores, é arrecadar 7 mil dólares neozelandeses, que equivalem a pouco mais de 4,6 mil dólares americanos e que serão necessários para custear as despesas de hospedagem e alimentação do atleta.

Qualquer pessoa pode participar da vaquinha, basta acessar o site através do endereço http://bit.ly/31GyKLS e doar qualquer valor através de um cartão de crédito internacional. A conversão de real para dólar neozelandês está na casa de 2,5 para 1, ou seja, quem doar 20 dólares, estará doando aproximadamente 50 reais.

Sobre morar no exterior, Gilvan afirma “vim para a Nova Zelândia para estudar, a intenção era aperfeiçoar o inglês e fazer um curso de pós-graduação em Gestão, que duraria um ano e meio, porém oportunidades foram surgindo e optei por permanecer no país. No início foi muito difícil, pois além da adaptação com a língua e a distância da família, tive que trabalhar duro em empregos temporários, como pedreiro, garçom e pintor, para poder me manter, porém em pouco tempo fiz boas amizades, que me ajudaram a encontrar uma oportunidade na minha área e desde então já trabalhei nas duas maiores academias do país.”

Em 2017, primeiro ano como Personal Trainner, Gilvan foi escolhido como o melhor profissional do ano, em um concurso entre todos os profissionais da área na rede de academias que trabalhava, abrindo assim, portas para conseguir visto de trabalho no país e novas propostas de outras empresas, o fazendo optar por continuar no país.

O destaque que está tendo no Karatê nos últimos meses, mudaram totalmente a rotina do atleta, que agora divide boa parte do seu tempo entre trabalho e um treinamento dedicado para o campeonato mundial, o que já lhe rendeu alguns patrocínios e um convite para participar em novembro de um seminário de Karatê em Kyoto, no Japão, cidade que é berço das artes marciais e que receberá os maiores e mais graduados senseis do mundo.