Ciclone Idai que atingiu a costa leste da África na última quinta-feira (14) continua demonstrando ao mundo o tamanho do desastre que causou.

Até o momento, mais de 300 mortes foram confirmadas pelas autoridades nos três países afetados, mas a expectativa é de pelo menos mil mortos apenas em Moçambique e outros 100 no Zimbábue. Os danos no Malaui foram menores.

Os resgates continuam acontecendo, mas aos poucos. Segundo a imprensa internacional, os pilotos das aeronaves de salvamento precisam escolher quais sobreviventes vão salvar, pois é impossível retirar todos de uma vez.

O gerente da Cruz Vermelha Moçambique (CVM), Julio Mondlane, que está participando dos resgates em Beira, confirma a gravidade da situação.

Segundo ele, nos dois últimos dias 163 pessoas foram resgatadas com vida pela instituição. O número preliminar divulgado pelo governo de Moçambique é de 600 pessoas salvas.

“122 voluntários estão mobilizados na cidade da Beira para esta operação nos 45 Centros [de resgate] criados na cidade”, explica Mondlane.

Jamie LeSueur, que lidera os esforços de resposta na Beira para a Cruz Vermelha Internacional, acrescenta que essa é “a pior crise humanitária da história recente de Moçambique”.

Em uma nota divulgada para a imprensa, a instituição destaca que são necessários 10 milhões de francos suíços (cerca de R$ 38 milhões) para a reconstrução da cidade de Beira e seus arredores. São mais de 75 mil famílias necessitando de apoio internacional urgente.

A Cruz Vermelha alerta ainda que devido as fortes chuvas, doenças e infecções podem se alastrar pelo país. Uma das maiores preocupações é a malária, já que os mosquitos que transmitem a doença se reproduzem nas águas paradas.