Enquanto persiste o imbróglio do reajuste dos preços da gasolina e do diesel, a Petrobras se afunda em deficit. O saldo da empresa na balança comercial foi negativo em US$ 22,4 bilhões de janeiro a outubro deste ano, um valor não só recorde como também 157% superior ao deficit de todo o ano de 2012.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as exportações da empresa caíram para US$ 11,5 bilhões neste ano, 40% menos do que as do ano passado. Já as importações subiram para US$ 34 bilhões, 34% mais.

A empresa tradicionalmente tem deficit na balança, mas nunca houve números tão expressivos. Em 2012, o deficit havia sido de US$ 8,7 bilhões. De 2000 a 2010, a Petrobras teve deficit acumulado de US$ 14,4 bilhões, aponta a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

A situação da empresa só não é pior porque no segundo trimestre deste ano a mistura de etanol na gasolina subiu de 20% para 25%. Com isso, e devido a uma recuperação parcial da produção nacional de álcool, parte do consumo de gasolina foi substituída pelo de etanol.

O consumo de etanol atingiu 18,7 bilhões de litros de janeiro a outubro, um volume 19% superior aos 15,7 bilhões de igual de 2012.

Mesmo assim, apesar de uma redução nos últimos meses, as importações de gasolina continuam aceleradas. Até outubro, foram gastos US$ 2 bilhões para a entrada de 2,9 bilhões de litros.

O pior para a empresa é que o alívio que poderia vir do etanol não ocorre exatamente devido à política do governo de segurar artificialmente os preços da preços da gasolina.

Os preços controlados do derivado de petróleo limitam também uma correção nos do etanol. Com isso, não houve avanço na produção de cana e os investimentos se retraíram nesse setor.

Os reajustes da gasolina virão nos próximos meses, mas o governo criou uma armadilha para ele mesmo. Deveria ter criado um mecanismo de reajuste no período de inflação menor e de câmbio estabilizado.

Agora, corre o risco de ter a economia contaminada pelos reajustes e de ter de elevar os preços da gasolina –se o câmbio subir– mesmo quando os preços recuarem no mercado externo.

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Controlada O produtor de soja de Mato Grosso mantém um bom controle sobre a lagarta helicoverpa. “Estamos controlando o estágio de evolução dela”, diz Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja.

China O país importou 49,9 milhões de toneladas de soja até outubro, 3% mais do que no mesmo período de 2012. O Brasil forneceu 60%.

Paraná O Estado perde espaço na produção nacional de cana. De segundo colocado há poucos anos, deverá terminar essa safra no quinto posto.

Estrutura Ao contrário do que ocorre em outros Estados, o Paraná não encontra novas áreas para a cana devido à produção de grãos.

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Leilão da BR-163 agrada aos produtores

Os produtores gostaram do resultado do leilão da rodovia BR-163, vencido ontem pela Odebrecht. “O pior pedágio para nós é a falta de rodovias. A manutenção da frota fica cara e, consequentemente, o frete também sobe.”

A avaliação é de Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso).

Esse é o modelo que deve ser feito, segundo ele. Após investimentos feitos pelo governo, faz-se o leilão. O resultado de ontem, com redução de 52% no preço do pedágio, foi um exemplo, afirma.

A Odebrecht ofereceu R$ 2,63 por 100 km para um pedágio estipulado pelo governo como teto em R$ 5,50.

O que não pode ser feito é a concessão de rodovias sem investimentos do governo. “Aí o preço do pedágio fica inviável”, diz ele.

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Trigo

Preço permanece em queda no país

Os preços do trigo estão em queda no país. Segundo pesquisa realizada pelo Cepea, o avanço da colheita no Rio Grande do Sul, a maior oferta do produto no Mercosul e os estoques dos compradores brasileiros elevados são os responsáveis pelo aumento nos preços do cereal.