Professor Doutor Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo, esse é o nome do agora ex-diretor da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) de Dracena.

Foram dezessete anos coordenando e dirigindo o campus da universidade na cidade. Ele esteve à frente da implantação do campus, e presenciou toda a evolução da já consolidada UNESP Dracena. A gestão dele como diretor da unidade de Dracena terminou em novembro deste ano, o Professor Paulo Figueiredo, como é chamado, visitou a redação do Jornal Regional e conversou com a nossa reportagem.

Jornal Regional: Como foi o início do campus da UNESP em Dracena?

Paulo Figueiredo: Cheguei aqui em Dracena com um objetivo: implantar o campus da UNESP na cidade. Era um desafio enorme. Chegar e criar praticamente tudo do zero. Ai já dou partida para os agradecimentos. No início, em 2003, fomos muito ajudados pela FUNDEC (Fundação Dracenense de Educação e Cultura). Não tínhamos ainda uma estrutura física, eles foram muito importantes para o suporte inicial. A partir daí começamos a construção do campus, que foi inaugurado em 2006.

JR: Tudo isso coordenado por você?

PR: Sim! Tive muita ajuda e muito suporte de todos da cidade. A prefeitura municipal da época da implantação foi muito importante para nós. Eles nos ajudaram desde a parceria com a FUNDEC até a inauguração do campus. (A cidade era administrada pelo então prefeito Elzio Stelatto Junior). Tivemos também um suporte grande de algumas empresas da cidade que impulsionaram esse crescimento. Em especial o Colégio Agrícola, Coimma, Ottoboni e a Caçula.

JR: Quais foram os cargos que você passou desde que chegou em Dracena?

PF: Inicialmente comecei como coordenador de implantação. Depois fui para coordenador de curso, vice coordenador executivo, coordenador executivo e o último cargo foi de diretor do campus.

JR: Como o campus de Dracena é visto hoje dentro da UNESP?

PF: Posso te dizer, com muito orgulho, que hoje o campus da UNESP Dracena é visto com muito respeito por todos. São mais de 600 alunos, duas graduações, alguns cursos de pós-graduação, sem contar os inúmeros projetos de pesquisa cientifica voltados para algum tipo de benefício a sociedade. Hoje os nossos cursos são muito fortes nas áreas de atuação deles. (A UNESP conta com os cursos de Engenharia Agrônoma e Zootecnia). Eu vejo a UNESP como uma porta, um elo para a sociedade como um todo.

JR: Como uma universidade pública, a UNESP Dracena também tem sua função social. Você falou desse elo com a sociedade. Acredita que alcançou esse objetivo?

PF: Olha, é uma coisa que me orgulho de mais. Conseguir fazer com que o campus tivesse uma função para o desenvolvimento da cidade e da região que estamos abrigados. Organizamos diversos eventos voltados para a comunidade dentro do campus. Isso é sensacional, organizamos corridas, passeios. Tudo isso pensado para que nós, da UNESP, pudéssemos retribuir e interagir com a comunidade e sociedade em que estamos. É muito gratificante ver que tivemos esse suporte.

JR: Além da função social, uma unidade da UNESP movimenta a cidade como um todo. Aconteceu isso aqui?

PF: Uma unidade da UNESP impulsiona a economia local. São por volta de 15 milhões de reais por ano que a gente consegue movimentar na cidade. A vinda de muita gente de outras cidades e estados também é um impulsionador da economia.

JR: UNESP Dracena já é uma realidade em toda região. Quais os próximos passos?

PF: Sempre coloquei como objetivo fazer com que o campus crescesse com muita estratégia. O Fábio Mingatto, que vai me substituir, tem uma noção muito grande do que o campus ainda pode crescer. É um cara que vai dar segmento a esse projeto. Crescer o campus com uma estratégia boa significa também crescer o município. Podemos ter um ganho cultural e social graças ao nosso trabalho na UNESP. Vejo um futuro muito legal para todos nós. Principalmente em nossos laboratórios de pesquisas. O retorno para a sociedade que podemos ter é gigante.

JR: Existe alguma coisa desse plano estratégico que pode adiantar aos leitores?

PF: Existe um projeto muito grande que está por vir. Em conjunto com o Ministério Público estamos trabalhando para implantar em nosso campus o CERETAS (Centro de Recuperação e Triagem de Animais Silvestres). Vai ser um grande avanço não só para a cidade de Dracena, mas um avanço para a região. Esse centro vai impulsionar o campus para dar continuidade aos planos estratégicos que temos. Coisas boas podem vir por aí.

JR: Falamos da UNESP. Mas o Professor Paulo, quais os planos para o futuro?

PF: Os melhores possíveis. Eu não vou parar de lecionar, continuarei dando aula. Sou também um pesquisador e seguirei na ativa com as minhas pesquisas. Não vou sair de Dracena e garanto que Dracena não vai sair de mim. (Em 2016, Professor Paulo foi homenageado pela Câmara Municipal de Dracena com o título de Cidadão Honorário de Dracena).

Em 30 minutos de conversa com a reportagem, Paulo disse que segue morando em Dracena e que seguirá lecionando na UNESP. (Vanessa Matsumoto/JR)