A primeira reunião de 2020 do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) na última quarta-feira, 19, na Casa do Advogado tratou o futuro da Zona Azul em Dracena.

Reunidos na sede da OAB de Dracena, representantes da ACE (Associação Comercial e Empresarial), vereadores e secretários municipais discutiram os próximos passos a serem dados após o anúncio de saída da Casa da Criança da administração da Zona Azul local.

Criada em 1992 e administrada pela instituição desde 1994, a Zona Azul passará por mudanças. A mantedora da Casa da Criança, a Loja Maçônica Patriarca da Independência, anunciou que ficará à frente das operações apenas até o dia 31 de março.

Ainda não houve definição sobre como ficará as operações. O que ficou claro no debate é que precisa de mudança, já que há 10 anos não tem alteração nos preços nem nas regras.

A discussão foi aberta ao público e contou com os 13 funcionários da Zona Azul. A principal preocupação é com as condições de trabalho e o futuro dos empregados. “Hoje as condições de trabalho não são boas. Nossa preocupação é cumprir nossas obrigações trabalhistas com nossos empregados. Muitos deles estão ali expostos aos riscos do trânsito diariamente”, disse José Paulo Benes Teixeira, presidente da Casa da Criança.

Durante a reunião um dado revelado causou espanto: 80% dos usuários das vagas demarcadas para a Zona Azul não pagam o serviço. “Por ter muita evasão dos usuários, nossas contas não batem”, completou Teixeira em discurso aos presentes.

O presidente da ACE, Luis Carlos Scaliante, também discursou na reunião. Para ele, a rotatividade é vital para os comerciantes na cidade. “Nós comerciários precisamos de rotatividade de vagas. A Zona Azul, na nossa opinião também tem essa função. Fazer com que os consumidores da nossa cidade sempre tenham a possibilidade de estacionar no Centro da cidade. Dracena é um polo comercial da região, recebemos muitas pessoas de cidades vizinhas que acabam comprando no nosso comércio”, disse Scaliante.

Luciano Gerlim, representante da mantenedora da Casa da Criança e diretor da ACE, também falou durante a reunião. Para ele, a mudança de operação da Zona Azul é importante. “Estive em diversas cidades onde a Zona Azul realmente funciona. Fizemos um estudo para que pudesse ser aplicado da melhor forma. Aqui precisa sim de uma mudança”, disse Gerlim.

Para ele, só educando a população irá tornar a Zona Azul algo rentável. “Sei que a Prefeitura conseguiu com que a Polícia Militar tivesse Atividade Delegada ligada ao município. Mas, para mim, só fiscalizando de verdade para mudar o que vem acontecendo. Poderia ser criado o cargo de agente de trânsito para fiscalizar os carros que não pagam a Zona Azul ou então excedam o tempo estacionado. Seriam mais empregos vindos da Prefeitura, maior arrecadação para a Casa da Criança e fim da evasão dos usuários”, finalizou Gerlim.

Autoridades de vários setores da sociedade organizada marcaram presença (Pedro Reis/JR)