O Brasil fechou 2019 com uma saída líquida recorde de dólares, com uma debandada de US$ 44,768 bilhões ao longo de todo o ano, mostraram dados do BC (Banco Central) divulgados ontem, 8.

A cifra é quase três vezes pior que a maior saída anual de recursos até então, registrada em 1999, quando houve um fluxo negativo de US$ 16,182 bilhões. Em 2018, o resultado havia sido negativo em apenas US$ 995 milhões.

A saída líquida de dólares pelo canal financeiro no ano passado foi de US$ 62,244 bilhões. Este resultado é fruto de aportes no valor de US$ 560,740 bilhões e de envios no total de US$ 622,984 bilhões.

No comércio exterior, o saldo anual acumulado ficou positivo em US$ 17,475 bilhões, com importações de US$ 178,915 bilhões e exportações de US$ 196,391 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 32,020 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio, US$ 57,560 bilhões em Pagamento Antecipado e US$ 106,811 bilhões em outras entradas.

Dezembro

Apenas em dezembro, o fluxo de câmbio contratado mostrou saldo negativo de US$ 17,612 bilhões, pior resultado para qualquer mês desde setembro de 1998 (-US$ 18,919 bilhões). Para meses de dezembro, a saída foi a maior registrada desde pelo menos 1982.

2020

Com apenas dois dias úteis contabilizados (2 e 3 de janeiro), o fluxo cambial total acumulado em 2020 está negativo em US$ 855 milhões. O valor é resultado de fluxo financeiro negativo de US$ 994 milhões e fluxo comercial positivo de US$ 139 milhões nos dois dias.

(R7, com Reuters e Agência Estado)