Biblioteconomia, difícil de ler. Falar então, mais difícil ainda. Essa palavra grande, que mais parece um trava língua é um curso superior que forma bibliotecária. Hoje, 12 de março é dia do bibliotecário.

Ao falar nessa profissão, muito se imagina uma pessoa coberta por livros ou correndo entre as estantes de uma biblioteca. Porém, poucos sabem das diversas possibilidades que essa profissão oferece.

Lauriele Martins Lopes, de 26 anos, não se esconde atrás de livros e conversou com o a equipe de reportagem bem tranquila em sua mesa. A bibliotecária da Biblioteca Municipal de Dracena é formada em Biblioteconomia pela UNESP de Marília. Desde maio do ano passado em Dracena, Lauriele e fascinada pela profissão que escolheu. Ainda nos tempos de escola tomou gosto pelo ambiente de uma biblioteca. “Eu sou completamente apaixonado pela profissão que escolhi. No começo da faculdade eu imaginava que seriam aulas práticas. Que iria correr atrás de livro pela biblioteca”, disse a bibliotecária.

Nascida em São João do Pau D’Alho, a jovem diz que informação é foco principal da profissão. “É preciso saber falar com o usuário, comunicação mesmo. É uma área abrangente de mais. Trabalhei em um escritório de advocacia, poso trabalhar em um jornal. Trabalho onde tem informação, o livro tem informação”, disse ela.

Segundo ela, a biblioteca é uma unidade de informação. Dentro de uma biblioteca não são só livros. “Muita gente pensa que o ambiente de uma biblioteca são só livros. Não é bem assim. A gente tenta organizar feiras, cursos de argila, oficinas para crianças. As pessoas quando vem para a biblioteca estará  vendo os livros, isso já chama a atenção. Muitos chegam sem a intenção de ler, mas já estão no ambiente da biblioteca”, ressaltou Lauriele. Além de cuidar da biblioteca municipal, ela organiza esses eventos no local, além de cuidar das redes sociais. “A gente brinca que nessa profissão somo 50 pessoas em uma só, mas é gostos”, brincou.

Tecnologia

Como é rotina em muitas outras profissões, a tecnologia é vista por muitas pessoas como empecilho. Com o avanço dos e-books (livros digitais), a profissão de Lauriele é tida como em possível extinção. Mas para ela, é totalmente o contrário. “A tecnologia na minha visão só veio pra ajudar. Chegam pessoas aqui pedindo um livro de romance, um autor específico. Na hora tem que saber o que temos disponível. Mas o sistema auxilia muito. As pessoas gostam de informação rápida, coisa prática. É isso que o bibliotecário tenta fazer. Diminuir o tempo do usuário, que a informação chegue mais rápida”, enfatiza.

Para ela, os livros físicos nunca vão acabar. “Eles estarão ali, firmes e fortes como sempre estiveram. Muita gente não sabe. Mas um bibliotecário pode até participar na editoração de um e-book.  A tecnologia não e um risco, ela me abre um leque. Eu tive aula de tecnologia na faculdade. Nossa profissão não é só livro velho. A profissão caminha junto com a minha tecnologia” afirma Lauriele.

Dificudades

Além de poucos conhecerem o que faz um biblioteconomista, a falta de hábito de leitura da população em geral é uma dificuldade. “Muitas pessoas nem sabem que aqui em Dracena tem uma biblioteca. Não sabem que temos mais de sete mil livros disponíveis. Então tudo o que eu faço é para chamar a atenção da população para dentro da biblioteca”, conta Lauriele.

“É preciso ter o interesse de ler. As pessoas não tem o hábito de vir na biblioteca. O livro esta disponível pra população, não é pra mim. Isso me trás mais dificuldade”, completou ela de forma enfática.

Lauriele sonha em um dia a biblioteca ter um espaço específico. “Aqui onde estamos (a Biblioteca Municipal de Dracena fica no CEDRAC) não é um ambiente para leitura. Existem outras secretarias, existe barulho. Por isso a maioria dos eventos que organizamos, como o clube da leitura e as oficinas, são realizados a noite”, afirmou.

Satisfação

Apesar de dificuldades, Lauriele se realiza ao ter contato com o publico da biblioteca. “O que me deixa mais satisfeita é eles gostarem de participar. Quem vem uma vez, vem toda hora. Existe uma adolescente no nosso clube de leitura, ela fala que aprendeu a gostar de ler por frequentar a biblioteca. Isso é maravilhoso. Hoje em dia adolescente não tem costume de ler”, disse ela com os olhos marejados.

Ciente de que o atendimento ao público não existe uma faixa etária específica, Lauriele não demostra dúvida alguma em citar os preferidos. “São as crianças! A gente recebe muita visita de escolas e por ter irmãos professores sinto que tenho mais facilidade”, finalizou.