A vacina para combater o vírus influenza A, chamado de H1N1, no Brasil só será produzida pela Instituto Butantan a partir de 2010, segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães.
Ele negou que a ausência de uma vacina ainda para este ano se deva ao fato de a OMS (Organização Mundial da Saúde) não ter enviado a cepa do vírus ao Butantan.
A vacina, segundo Guimarães, irá combater uma “eventual segunda onda” da pandemia no Brasil, prevista pelo ministério para o próximo inverno.
“A vacina não servirá agora, mas esse não é um problema grave”, afirmou.
O secretário reforçou que as pessoas que apresentam os sintomas devem se precaver procurando atendimento médico em postos de saúde e ambulatórios.
“Apenas os que tiverem um agravamento [do quadro clínico] serão encaminhados para hospitais de referência”, disse.
O Brasil já teve 11 mortes confirmadas e registra 1.175 casos.
OMS
Ontem, a OMS desistiu de contar os casos individuais de gripe suína e não irá mais emitir boletins globais sobre o número de doentes. Segundo a organização, manter a conta de infectados é muito dispendioso, pois o vírus se espalha rapidamente.
“Nas pandemias anteriores, os vírus gripais precisaram de mais de seis meses para se propagar tanto como aconteceu com o novo vírus A [H1N1] em menos de seis semanas”, afirmou em um comunicado, a organização com sede em Genebra.
Ela também acrescentou que a contagem dos casos individuais já não é essencial (nos países mais afetados) para seguir o nível ou a natureza do risco causado pelo vírus ou para dar indicações sobre a melhor resposta para a doença.
“Em alguns países, a análise sistemática dos casos suspeitos mobiliza a maior parte das capacidades dos laboratórios, o que deixa pouca margem para o acompanhamento e as pesquisas de fatos excepcionais”, destacou a OMS para justificar sua decisão de não proporcionar mais estatísticas mundiais.
A organização pediu aos países afetados que sigam “de perto os fatos incomuns”, como, por exemplo, as infecções graves ou mortais em grupos de população, os sintomas pouco frequentes que possam apontar mutação do vírus. A OMS se limitará a partir de agora a informar sobre os novos países afetados.
“A OMS continuará pedindo a esses países que comuniquem os primeiros casos confirmados e, à medida do possível, deem a cada semana cifras e descrições epidemiológicas dos novos casos”, segundo a nota publicada.
De acordo com a OMS, já foram reportados 95 mil casos da gripe suína no mundo, incluindo 429 mortes. No entanto, estes dados são ultrapassados pela velocidade do vírus.
Sintomas
A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.
Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório.
Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).