Mesmo com apenas um representante, o Brasil ocupou o lugar mais alto do pódio. Depois de fazer a dobradinha no treino de classificação, a McLaren tentou usar esta vantagem no GP da Europa, neste domingo, em Valência, na Espanha. A escuderia inglesa, no entanto, não contava com o bom desempenho de Rubens Barrichello que, em uma tarde sem erros, conseguiu bater os adversários, voltou a vencer uma corrida após cinco anos e ainda retornou à briga pelo título da temporada.
“Foi fantástico. Este é um final de semana que nunca vou esquecer, pois, depois de cinco anos, você não esquece. Nas corridas, sempre os engenheiros pedem para acelerar, e eu acelero, claro. Queria fazer isso pela família, pelos meus pais. Queria agradecer a equipe, pelo carro”, afirmou o brasileiro, que não deixou de dar a famosa “sambadinha” no pódio.
A última vez que Barrichello havia vencido uma corrida foi no GP da China de 2004, quando ainda estava na Ferrari. Desta forma, com a vitória deste domingo, a 10ª da sua carreira na Fórmula 1 e a 100ª do Brasil na categoria, o brasileiro chegou a 54 pontos no Mundial de Pilotos, 18 atrás do seu companheiro na Brawn GP, Jenson Button, que lidera a competição, mas foi apenas o sétimo em Valência.
“Será uma boa luta e, no final, será uma disputa justa entre nós dois”, completou o piloto brasileiro.
Além de Barrichello ter vencido o GP da Europa, Lewis Hamilton terminou na segunda colocação e Kimi Räikkönen, da Ferrari, foi o terceiro.
A McLaren decidiu começar a corrida com pouco combustível e pneus macios. Com os carros mais leves, Hamilton tentou se distanciar na liderança o máximo possível antes de fazer o seu primeiro pit stop. Desta forma, coube a Kovalainen, na segunda colocação, o papel de segurar Barrichello, que manteve o terceiro lugar após a largada.
Nesta disputa, foi justamente Hamilton quem parou primeiro para o reabastecimento e a troca de pneus, na volta 16. Quando voltou, o inglês ocupou a quarta colocação, atrás de Kovalainen, Barrichello e ainda Räikkönen.
Mesmo com o piloto brasileiro cada vez mais próximo, a McLaren chamou o seu segundo piloto para os boxes, na volta seguinte, deixando a liderança para Barrichello. Na sequência, foi a vez do piloto da Brawn GP parar. E, quando voltou à pista, conseguiu ficar na segunda colocação, à frente de Kovalainen, mas atrás de Hamilton.
A partir daí, Barrichello passou a perseguir Hamilton, e os dois começaram a se revezar entre as voltas mais rápidas da corrida. A estratégia da McLaren, no entanto, foi sabotada pela própria equipe. O piloto inglês foi para os boxes, mas os mecânicos “esqueceram” de levar os pneus dianteiros do carro, atrasando em alguns segundos a troca, beneficiando assim o brasileiro.
“Isso é muito raro de acontecer. Eu cruzei a linha branca [para entrar nos boxes] quando me disseram para terminar a volta, mas ai eu perderia muito tempo”, explicou o piloto inglês.
Com Hamilton apenas na quinta colocação, atrás de Rosberg, e sem ninguém à frente, Barrichello teve cinco voltas para tentar se distanciar o máximo possível, antes de também ir para os boxes. Com uma troca de pouco mais de 6s, o brasileiro voltou na liderança e, mesmo com a recuperação do inglês da McLaren, não foi incomodado diretamente por nenhum adversário, conseguindo assim levar a sua Brawn GP até a bandeirada final.
Alegria na frente, decepção no fim do grid. Substituto de Felipe Massa na Ferrari, o italiano Luca Badoer terminou em 17º, após largar em último. Atrás dele apenas Nakajima, que chegou com três voltas de desvantagem, além de Buemi e Vettel, que abandonaram a corrida.