O aumento no preço do material de construção poderá zerar descontos trazidos com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) ao setor. O comércio varejista prevê reajuste nos preços fixados pelas indústrias de PVC e de produtos feitos com alumínio, cobre e zinco. Além de tubos e conexões, também sofrerão reajustes as janelas de alumínio, fechaduras, torneiras, pás de pedreiro, carrinhos de mão e enxadas.

Em Dracena, Ednilson Abonízio, proprietário do Depósito Três Irmãos, informou que os materiais de construção como cimento, areia, blocos, que representam a maior parte de uma obra, continuam com os valores mantidos. Ainda destaca que com a redução do IPI dos materiais, o valor de uma construção acaba sendo uns 20% mais barato. Quanto ao PVC, Ednilson afirmou que já teve um aumento de 7% e tem previsão para subir mais cerca de 10%.

Ocimar Roque, da R&S Materiais para Construção, disse que os preços continuam reduzidos e que há previsão de reajuste para o PVC e ferro, provavelmente no final do semestre.

Reginaldo Rejani, da Rejani Materiais para Construção, também afirmou que, por enquanto, os valores continuam os mesmos.

O reajuste é explicado pela pressão internacional, já que algumas indústrias reduziram as produções ao mesmo tempo em que o mercado voltou a comprar. O setor tem algumas peculiaridades: só existem três indústrias de PVC em todo o mundo e o preço do cobre é cotado na Bolsa de Londres.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, Melvyn Fox, não há como escapar dessa situação. A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção explica o atual cenário com a lógica econômica: quanto menos oferta, maior o preço.

Mesmo assim, o presidente da entidade, Cláudio Conz, garante que o repasse ao consumidor final será feito da forma menos traumática possível. No entanto, ele lembra que o ideal é não deixar para comprar metais e PVC nos próximos meses.

As vendas internas de materiais de construção subiram 8% em julho, na comparação com o mês anterior e caíram 12% ante julho de 2008. No acumulado dos sete meses, o setor ainda mostra retração de 15% no faturamento, frente ao registrado no mesmo período do ano passado. Até o fim do ano, entretanto, a indústria de materiais de construção acredita que conseguirá zerar essa perda.