O presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, anunciou que a venda de pacotes do serviço de banda larga Speedy chegará a 20 mil até o final desta segunda-feira (31), cinco dias após a liberação das vendas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O comunicado foi feito em entrevista coletiva na tarde de hoje.

Até domingo, de acordo com a empresa, a quantidade de pacotes vendidos chegou a 15 mil. A Telefônica divulgou também uma pesquisa feita pelo Ibope entre os dias 29 e 30 de agosto, sobre as compras feitas no período compreendido entre 27 e 30 de agosto.

De acordo com a empresa, 97% dos clientes entrevistados consideraram o serviço “confiável”, enquanto 98% disseram ter informações precisas e completas a respeito do Speedy. Ainda de acordo com os dados, 95% relataram ter comprado o que precisavam comprar.

A Telefônica tem uma base de 2,5 milhões de clientes.

A companhia negou que tivesse comercializado o serviço de banda larga Speedy durante a medida cautelar da Anatel que proibia a venda do pacote. A proibição terminou no último dia 26 de agosto.

De acordo com Valente, a Anatel “fez observações, que serão positivamente contestadas”.

Alguns dos serviços executados, segundo ele, “não caracterizavam venda, apenas o cumprimento de obrigações assumidas [antes da medida cautelar].”

Segundo Fabio Bruggioni, a companhia deixou um papel impresso diante de todos os computadores dos atendentes, cujo conteúdo trazia a medida cautelar emitida pela Anatel. “Isso foi feito para que a medida se cumprisse de forma absolutamente rigorosa”, informou.

Campeã de reclamações

Líder de reclamações do Procon durante três anos consecutivos, a Telefônica informou que o número de ligações ao call center caiu de 6 milhões em maio para 3,9 milhões em agosto.

A empresa disse também que as melhorias devem promover um “grande impacto” em seu calcanhar-de-Aquiles: o número de reclamações do Procon. “Os números foram substancialmente reduzidos com o Procon [neste ano]”, disse o presidente da empresa..

Em 2008, a Telefônica liderou o ranking de reclamações fundamentadas pelo Procon na cidade de São Paulo. A empresa de telefonia recebeu 3.615 reclamações. Ao todo, 2.839 empresas foram alvos de 27.747 reclamações fundamentadas no ano passado.

Ainda de acordo com dados fornecidos pela companhia, a média de tempo no atendimento de ligações caiu de 53 segundos em junho para menos de 10 segundos em agosto. A empresa disse que o índice de ampliação dos servidores DNS (servidores de nome de domínio, cuja função é transformar os nomes das páginas em números de identificação dos sites) aumentou 68%, enquanto o tráfego de saída para a internet por meio de cabos submarinos (toll gates) aumentou 19%.

Histórico

No dia 22 de junho, uma medida cautelar emitida pela Anatel suspendeu as vendas do Speedy devido às sucessivas panes no serviço de banda larga fornecido pela empresa.

Quase um mês depois, a companhia anunciou, em entrevista coletiva com a cúpula, que a primeira parte do seu plano de trabalho para reestruturação do serviço de banda larga Speedy fora concluída. A partir disso, o usuário teria estabilidade na conexão, nas palavras do diretor executivo de rede da companhia, Fabio Michelli. Além do planejamento técnico, a empresa também articulava mudanças com o intuito de melhorar as vendas e o atendimento ao cliente.

Na ocasião, a Telefônica também informou que iria pleitear a retomada das vendas do Speedy. O pedido, entretanto, foi rejeitado pela Anatel, sob alegação de que a compra de novos equipamentos e realização de investimentos ainda não foram suficientes.

As sucessivas panes no Speedy derrubaram as vendas do serviço de banda larga da Telefônica no segundo trimestre de 2009. O período (abril a junho) refletiu sobretudo o impacto das falhas, já que a suspensão de vendas feita pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pegou apenas oito dias do trimestre em questão.