Em campanha salarial, os cerca de 8,5 mil metalúrgicos da Volkswagen/Audi e da Renault/Nissan, de São José dos Pinhais, no Paraná, mantiveram ontem a greve por tempo indeterminado aprovada na sexta-feira. Em Taubaté, interior paulista, 6,3 mil trabalhadores do primeiro turno da Volkswagen e da Ford e de seis autopeças que atuam dentro das montadoras aderiram à paralisação que teve início sexta-feira, quando o segundo e o terceiro turnos cruzaram os braços em protesto de 24 horas contra a disposição das empresas de não negociar aumento real de salários.

A proposta de montadoras e das autopeças prevê apenas reposição das perdas com a inflação, estimada em 4,7%. A categoria, que soma 160 mil metalúrgicos na base da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Estado de São Paulo e tem data-base em 1º de setembro, reivindica aumento real em porcentual a ser definido nas negociações.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, Isaac do Carmo, disse que não dá para abrir mão do aumento real diante do cenário de aquecimento da produção e das vendas neste ano, que foi proporcionado pelas medidas de combate à crise do governo federal, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), entre outros. As paralisações ocorrem justamente num período em que as montadoras querem ampliar a produção para formar estoques e aproveitar um possível aumento nas vendas nas últimas semanas de IPI reduzido. A partir de outubro, o benefício será retirado de forma gradativa, até janeiro.