Nos últimos anos, a preocupação com o desperdício, a poluição e contaminação das águas existentes no Planeta vem aumentando consideravelmente. Diversas são as pesquisas e estudos divulgados anualmente que indicam que o aquecimento global e que o aumento da poluição vem alterando significativamente o ciclo das águas no Planeta.

O derretimento das calotas polares e as mudanças climáticas são visíveis, e a preocupação com o futuro do planeta é grande em vários setores. No Brasil, segundo estudos divulgados, as mudanças climáticas já estão começando a alterar o clima no País. O inverno, que terminou no começo da última semana, foi um dos mais chuvosos de todos os tempos, e a primavera, segundo previsões, não será diferente.

A população dracenense já sentiu as alterações, com grande quantidade de chuva no início e no meio do ano. Em compensação, regiões que tradicionalmente registravam muitas chuvas enfrentam períodos de seca que anteriormente não aconteciam.

Diante desses acontecimentos, registrados em todo o mundo, e também em Dracena, algumas medidas de emergência precisam ser tomadas, tanto por parte do poder público quanto por parte da população e do empresariado.

POSTO DE COMBUSTÍVEIS – Em Dracena, duas empresas vêm atuando no sentido de tentar colaborar com o meio ambiente. O Auto Posto Pit Stop começou, há cerca de três semanas, oferecer aos clientes um sistema de lavagem de veículos a seco, com a utilização de pouca quantidade de água para a limpeza dos carros.

O proprietário do posto, Waldomiro Custodia Gomes (Miro), destaca que se utiliza apenas um produto específico e um pano para a limpeza dos carros. Miro afirma que o trabalho tem ótimo resultado e que os clientes saem satisfeitos com o serviço.

O comerciante explica que o produto vem em um frasco de 500 ml, que deve ser diluído em cerca de 20 litros de água. Depois disso, é transferido para uma bomba de cerca de um litro utilizada para sua aplicação. Segundo Miro, podem ser lavados cerca de 80 carros com os 20 litros do produto, o que dá uma média de 500 ml gastos em cada lavagem. Número muito diferente dos cerca de 300 litros gastos em uma lavagem em casa e dos aproximados 150 litros gastos em um posto.

O comerciante lembra que em alguns casos é necessária a utilização de um pouco de água, quando o carro tem muita lama, porém a quantidade é pequena. Miro afirma que o custo para o cliente é praticamente o mesmo, uma lavagem sai por R$ 7, porém ele frisa que a economia de água é muito grande, e a colaboração para a preservação do meio ambiente também.

ÓLEO DE COZINHA – Outra iniciativa na cidade foi tomada pela Rede Troyano de Supermercados. Um dos grandes problemas das donas de casa é o descarte do óleo de cozinha utilizado nas frituras. Muitas pessoas despejam o produto em pias ou ralos, outros jogam em terrenos baldios e há aqueles que juntam o produto e entregam a pessoas que passam nas casas recolhendo o material. Na maioria das vezes essa utilização não é a correta, e o produto termina de alguma forma poluindo o meio ambiente.

A rede, em parceria com a Granol, empresa que atua em diversos setores, como a produção de óleo, recolhe o liquido utilizado pelas donas de casa. O produto é transformado em biodiesel e posteriormente revendido a Petrobras. Além de evitar a contaminação da água e do solo, essa ação ainda contribui para a diminuição da emissão de poluentes dos motores a diesel, já que o combustível é mais limpo do que o diesel produzido através do petróleo.

A vantagem para a dona de casa, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, está no fato da iniciativa proporcionar a troca do produto usado pelo produto novo.

Segundo Edilson de Camargo, gerente da Rede Troyano, para que a dona de casa possa levar um litro de óleo novo para casa, basta que ela entregue quatro litros de óleo usados no supermercado. A única exigência, segundo o gerente, é de que o produto esteja em duas garrafas pet de dois litros.

Edilson destaca ainda que a iniciativa é permanente, sem prazo para terminar. Segundo o gerente, são trocados mensalmente cerca de 700 litros de óleo usados, um número bom, mas que pode ser ampliado.

Edilson chama a atenção ainda para o fato do óleo que é recebido vir armazenado em uma embalagem ecológica, feita com material reciclado, o que dá maior destaque para a preocupação ambiental da empresa.

Iniciativas como essas podem ser e já devem estar sendo adotadas por outras empresas que também têm a preocupação com o meio ambiente e principalmente com a água.