O vírus H1N1 já matou pelo menos 2.837 pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Presidente Prudente, mesmo após a confirmação de três novos casos na manhã desta quarta-feira (16), o número de vítimas teve queda. O GN ouviu pessoas que contraíram a doença.

No calendário da semana epidemiológica, elaborado pela Secretaria de Saúde de Prudente, o início de contabilização de casos de gripe suína foi no dia 21 de junho, correspondente a semana de número 25, que teve um caso de gripe sazonal e uma suspeita de gripe A descartada. O ápice foi na semana de número 32, com 15 casos confirmados. No período de 30 de agosto a 5 de setembro, correspondente a semana de número 35, apenas um caso foi confirmado, caracterizando grande queda em casos de vítimas de gripe suína.

A Vigilância, para a elaboração dos dados, seguiu a orientação atual do Ministério da Saúde que prevê a notificação e a coleta de material para confirmação e diagnosticação nos casos de síndrome respiratória aguda grave e situação de surto. A Vigilância Epidemiológica de Prudente tem os dados classificados como casos graves.

Os exames só são coletados nos pacientes que apresentam sintomas com certo grau de gravidade.

Novos casos

Na manhã desta quarta-feira (16), a Vigilância informou que foram confirmados mais três resultados positivos de pessoas que contraíram a nova gripe (H1N1) no município. Prudente passa a ter 53 ocorrências da doença.

Além desses, foram confirmados casos também em Anhumas, Tarabai, Teodoro Sampaio e Presidente Epitácio. Um em cada cidade. Com isso, o número de ocorrências da gripe A na região de Prudente pulou para 22. De acordo com a VEM, todas as pessoas que apresentaram a nova gripe já tiveram alta e passam bem.

Dos exames obtidos pela Vigilância nesta quarta-feira, o órgão informou que 12 são negativos e que 11 pessoas ainda aguardam por resultados.

Vítimas

Em Presidente Prudente, Rosa Maria Alves de Souza Servino, 48, moradora do bairro Ana Jacinta, foi diagnosticada com o vírus H1N1. Segundo ela, antes de terminar o tratamento com o Tamiflu, os sintomas já haviam desaparecido. “Eu me senti muito mal. Foi logo no começo de agosto. Meu marido e meus filhos me levaram ao hospital. O médico logo percebeu que meu caso era grave após realizar uma radiografia do meu pulmão. Não tive febre, pois, tenho diabetes. Fiquei internada mais de 20 dias em isolamento, depois tive alta. Em casa usava a máscara todo o tempo”, explica em entrevista ao GN.

Em Presidente Venceslau, Aparecida Arfeli Shirassu, 70, professora aposentada, diz que os sintomas foram febre, muito vômito, mal estar, dor no corpo. “Os três primeiros dias são horríveis, depois a melhora é lenta. Eu contei para as pessoas que eu estou com a gripe, não tive medo de preconceitos. Muita gente liga em casa querendo saber se estou bem. Eu que me afastei das pessoas, eu prezo meus amigos e não quero contaminar ninguém”, diz.

Aparecida está sendo medicada com o antiviral Tamiflu e afirma que os primeiros cuidados foram tomados. A aposentada permanece em sua casa isolada. Quando recebe visitas usa máscara e seus utensílios estão separados. “Meu médico foi feliz em começar meu tratamento com Tamiflu, ele não esperou ele já começou com o remédio e isso me ajudou”, afirma.

Ana Paula Lima Gimenez, 20, secretária de um consultório médico, relata que o sintoma foi febre que não passava com nenhum remédio. Ana Paula diz que teve os sintomas de gripe comum como dor no corpo, principalmente nas costas, e coriza. A secretária ficou internada cinco dias em isolamento.

Rubem Jorge leite, 57, diabético, com pressão alta, foi classificado no grupo de risco da doença. Leite diz que ficou isolado em casa por 12 dias. “Não tive medo de contar que eu estava com a doença, porém, você percebe que as pessoas se afastam um pouco. Até depois, ao comentar que tive a doença, as pessoas agem de forma diferente. Muitas pessoas me perguntam, a notícia corre”, relata.

Rubem recebeu indicação de seu médico para tomar o antiviral Tamiflu e alguns medicamentos como xarope para a tosse. Emagreceu 10 kg, já que não se alimentava direito e tinha muito enjoo. “Não tive medo, achava que meu quadro estava dentro da normalidade e do resto é fé em Deus”, completa.

Em Dracena

Atualmente em Dracena, dados atualizados pela Secretaria de Saúde, 12 pacientes estão internados, sendo medicados com Tamiflu. Cerca de 10 no ambulatorial. São 16 pacientes aguardando resultado de exames. Foram 11 exames negativos, sendo 9 de Dracena, 1 de Ouro Verde e 1 de Tupi Paulista.

Dracena registra 9 casos positivos, sendo 5 de Dracena, 1 de Irapuru, 1 de Ouro Verde e 2 de Panorama.

Em Rio Preto

A Secretaria Municipal de Saúde de São José do Rio Preto, por meio de sua Vigilância Epidemiológica, informa que foram confirmados oito novos casos de Influenza A (H1N1), sendo sete entre moradores do município e um de outra localidade. Confira:

São José do Rio Preto
– 1 mulher, 19 anos

– 1 mulher, 46 anos (internada)

– 1 adolescente, sexo masculino, 13 anos

– 1 criança, sexo masculino, 12 anos

– 1 criança, sexo masculino, 11 anos

– 1 criança, sexo masculino, 9 anos

– 1 criança, sexo masculino, 7 anos

Mirassol (SP)

– 1 mulher, 34 anos

De 10 de junho a 14 de setembro, foram confirmados por laboratório, em Rio Preto, 44 casos de Influenza A (H1N1) entre moradores do município, sendo que três deles evoluíram para óbito.

Já entre moradores de outras cidades atendidos em Unidades de Saúde ou hospitais do município e notificados à Vigilância Epidemiológica de Rio Preto são 29 casos, sendo que em três deles os pacientes evoluíram para óbito.

No mesmo período, também foram confirmados 19 casos de influenza sazonal (gripe comum), sendo 11 entre moradores de Rio Preto e outros 8 (oito) entre pacientes de outros municípios, mas atendidos em instituições de saúde de Rio Preto.

Ainda permanecem à espera de resultado 20 casos suspeitos de Rio Preto e outros 3 três de outros municípios, totalizando 23 em investigação. Ao todo, já foram descartados, por laboratório, 130 casos suspeitos de Influenza A (H1N1).