Brasileiros com 10 anos ou mais passam em média 7 anos na escola, o que representa uma escolaridade que não atinge a conclusão do ensino fundamental. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2009 analisa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008, divulgados em setembro.
Acima da média nacional de anos de estudo estão as regiões Sudeste (7,7), Sul (7,5) e Centro-Oeste (7,3). O pior índice, de acordo com a Síntese, é registrado na Região Nordeste, com 5,9 anos de estudo, seguida pela Região Norte, com 6,5. O estado brasileiro com a pior média de anos de estudo é Alagoas, com 5,2 anos.
Os dados sobre os níveis de escolarização da população revelam melhoras, se comparados à década anterior, mas ainda não são compatíveis com o nível de desenvolvimento econômico do país, segundo o IBGE. Entre os anos de 1998 e 2008, o crescimento na média de anos de estudo não atingiu um ano completo.
Acesso ao estudo
Em relação ao acesso ao ensino fundamental, o estudo mostra que 97,9% das crianças de 7 a 14 anos de idade estavam frequentando a escola, em 2008. No mesmo ano, das pessoas com idades entre 15 e 17 anos, 84,1% frequentavam o ensino médio, em todo o país. No entanto, somente 50,6% dos jovens cursavam o nível compatível com a idade.
A pesquisa aponta ainda que, entre a população na primeira infância houve uma tendência de aumento da frequência à escola, embora em ritmo lento. O maior crescimento foi para a faixa de 4 a 6 anos, com taxa de frequência que passou de 57,9% para 79,8% entre 1998 e 2008. Entre as crianças de 0 a 3 anos, a taxa de frequência escolar passou de 8,7% para 18,1%, no mesmo período.
Já a média de anos de estudo entre as pessoas de 25 anos ou mais, de acordo com a análise, revela o status de escolaridade de uma sociedade. Em 2008, 50,2% da população nessa faixa etária tinham menos de 8 anos de estudo, ou seja, o ensino fundamental incompleto. Em 1998, esse índice era de 65,3%. Apenas 9,5% das pessoas com 25 anos ou mais tinham mais de 15 anos de estudo e o ensino superior completo. A situação teve melhora, já que em 1998, apenas 6,6% das pessoas nessa faixa tinham o nível de estudo.
Estudo defasado
A análise do Instituto ressalta que ainda há um percentual alto de crianças com defasagem de aprendizado para a idade. Apesar de a idade adequada para a alfabetização ser 6 anos, 7,8% das crianças chegavam aos 9 anos de idade, em 2008, sem saber ler e escrever. Em termos absolutos, havia cerca de 270 mil crianças nesta situação.
Mais da metade delas, cerca de 167 mil, residia na Região Nordeste, onde o percentual de crianças de 9 anos analfabetas é de 15,8%. O segundo maior percentual foi encontrado na Região Norte (12,6%).