Seis pessoas foram presas ontem suspeitas de envolvimento com um esquema milionário de desvio de verbas na Associação Hospitalar de Bauru, conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS), mantenedora do Hospital de Base e da Maternidade Santa Isabel na cidade do interior paulista.
Um dos focos da investigação é apurar o destino dado a R$ 16 milhões que a entidade recebeu em um empréstimo contraído junto à Caixa Econômica Federal (CEF). Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro foi emprestado com o objetivo de antecipar verbas federais à entidade.
A investigação, iniciada em fevereiro, apontou ainda que parte dos supostos envolvidos tramavam ocultar indícios materiais, o que levou o MPF e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) a pedirem as prisões temporárias, consideradas imprescindíveis, de seis pessoas ligadas à associação.
O juiz Heraldo Garcia Vitta decretou, então, as prisões de Joseph Saab, que é presidente da Associação Hospitalar há 14 anos; Marcelo Saab, dentista, filho do presidente; Vladmir Scarpp, superintendente e diretor financeiro; Samuel Fortunato, diretor técnico e responsável pelo setor de compras; o conselheiro Célio Parisi e Maria Lúcia Lopes Saab, supervisora de serviço de apoio.
Procuradores, promotores e a Polícia Federal (PF) prosseguem com as investigações. Informações serão compartilhadas com o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e com a Secretaria de Estado da Saúde. São investigadas também outras formas de desvio, como duplicidade na cobrança dos atendimentos médicos do SUS (há casos de procedimentos pagos três ou mais vezes) e fraudes na aquisição de medicamentos e próteses.