Dentro de duas semanas, o governo deverá decidir se reduzirá o percentual de álcool na gasolina, para tentar diminuir o preço do biocombustível ao consumidor, afirmou nesta segunda-feira o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima.

“Nem sempre reduzir a quantidade de álcool na gasolina reduz o preço, mas dentro de duas semanas devemos ter uma posição”, disse Lima a jornalistas durante evento do setor na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Atualmente, a mistura de álcool anidro na gasolina está em 25 por cento.

Os preços do álcool estão em alta no mercado nacional, com as usinas elevando a quantidade de cana destinada à produção de açúcar, com preços mais remuneradores. Além disso, problemas na colheita de cana no centro-sul, gerados por chuvas em excesso, reduziram a oferta de matéria-prima.

Segundo Lima, os produtores de álcool pediram um tempo maior ao governo, antes da eventual adoção da medida, que está sendo estudada há quase um mês, argumentando que a questão dos preços é sazonal e que será resolvida no curto prazo.

O álcool anidro, que é usado na mistura com a gasolina, subiu em média no Estado de São Paulo (na usina), desde o início de agosto, 38 por cento, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Depois de ter subido quase 30 por cento desde o início de setembro, o álcool hidratado, utilizado em carros flex, registrou ligeira queda na semana passada, de 2,07 por cento, informou o Cepea.

Lima disse ainda que a ANP vai iniciar uma campanha publicitária nos Estados nos quais o preço da gasolina está mais vantajoso que o do álcool para estimular a concorrência.