Apenas 9 pontos restam em jogo no Campeonato Brasileiro. Ao Palmeiras, nada mais interessa do que a conquista de todos eles. Com o retrospecto das últimas semanas, o cenário não é nada otimista. Foram 6 pontos em oito partidas. Números vergonhosos para o time que liderou a competição por 19 rodadas, investiu alto em contratações e não perdeu nenhum jogador para o exterior. Hoje, às 21h50, em Porto Alegre, vencer o Grêmio é fundamental para seguir firme na briga pelo título que não conquista desde 1994.

A pressão é grande no clube. De torcedores e, principalmente, entre cartolas. Opositores estão cada vez mais irritados com a campanha do time. Não conseguem acreditar que o Palmeiras abriu os cofres para gastar mais de R$ 600 mil mensais apenas com Muricy Ramalho e Vagner Love. As críticas também partem de alguns integrantes da diretoria, insatisfeitos com o resultado atual. Dependendo da colocação do time no torneio, mudanças vão ocorrer.

O fim da partida no Estádio Olímpico mostrará ao Palmeiras qual será seu caminho nas duas rodadas finais do Brasileiro. Se vencer, assume provisoriamente a liderança e passa a torcer contra São Paulo e Flamengo, os dois favoritos ao título – o rival paulista tem 3 pontos na sua frente e os cariocas, 1. A derrota ou o empate vai colocá-lo apenas na briga pela Libertadores. Uma luta difícil com outras boas equipes como Cruzeiro, Atlético-MG e Inter. “O único resultado que nos interessa é a vitória”, diz Muricy. “Difícil é (o título), mas não impossível.”

O Grêmio ainda não perdeu em casa na competição. E o Palmeiras venceu apenas dois dos oito jogos que fez longe do Palestra Itália no segundo turno. O técnico sabe que o ambiente não é nada bom. Reconhece a apatia do time em alguns jogos e conversou bastante com os atletas nos últimos dias. Quer, principalmente, que eles deixem o nervosismo de lado na decisão de Porto Alegre. “Disse que eles precisam jogar mais livres. Futebol não é essa loucura, tem de ser mais divertido”, afirma. “A ansiedade e o nervosismo fazem parte de todos os times que lutam pelo título. Temos de ter tranquilidade e não ficar tão tenso.”

De acordo com Muricy, o momento é de passar confiança ao grupo. “Não adianta contar um monte de histórias, é preciso encher o jogador de informação, mostrar números, como o adversário joga. Ainda temos chances reais.” O treinador está confiante no título. Relembra 2008 para acreditar no troféu de campeão. “No ano passado falaram um monte e ganhei”, conta, lembrando que seu São Paulo estava lá atrás da tabela e teve recuperação impressionante. “Sou muito bom em momentos ruins. Sei lidar com a pressão e a emoção. Estou brigando pelo título e não desisto.”

Muricy diz não se irritar com as críticas ao Palmeiras e ignora o fato de muitos já o terem tirado da luta pelo título. “Se falam isso é porque demos motivos, temos de melhorar e merecer que nos coloquem de novo na briga.”