Roberto Carlos diz que está apalavrado com o Corinthians. Mano Menezes também. Mas o diretor de futebol do clube, Mário Gobbi, fala o contrário. Nos últimos dois dias, informações desencontradas cercaram a negociação do lateral-esquerdo com a diretoria alvinegra. Mas o fato é que ele está próximo do Parque São Jorge.
“Estamos próximos de um acerto, mas não está tudo resolvido. Está apalavrado, mas ainda não está assinado”, afirmou Roberto Carlos nesta quarta-feira à TV Bandeirantes.
Na última terça, Mano deu a mesma declaração. Sempre cauteloso com suas palavras ao tratar de negociações, o treinador estranhamente resolveu confirmar em entrevista coletiva o acordo com o lateral.
“Nós temos um acerto verbal com o jogador, o Corinthians tem um acerto verbal com o jogador, mas é uma questão que precisa evoluir. Questões mais gerais. Aí sim começa. Alguns detalhes mais importantes para que nós tenhamos a certeza de sucesso”, comentou o treinador.
Na manhã desta quarta, contudo, Mário Gobbi convocou uma entrevista para desmentir o acerto. Responsável pelo departamento de futebol, ele foi em direção contrária à adotada por Mano e, principalmente, pelo próprio jogador, o maior interessado.
“Ele não está apalavrado. Foi feita apenas uma conversação prévia. O Roberto fez uma proposta e o Corinthians outra, mas a diferença ainda é muito grande. Está difícil um ‘approach’ [aproximação] que torne viável”, declarou Gobbi.
“Ouvi a entrevista do professor Mano Menezes e é muito difícil estar desse lado. Você precisa escolher as palavras minuciosamente para não gerar expectativa errada. Somando a isso o sigilo que precisa ter. Às vezes é colocada uma palavra que não condiz com a realidade”, emendou o dirigente.
Empresário de Ronaldo e Roberto Carlos, Fabiano Farah é quem está à frente das conversas. Ele tem trânsito livre com a diretoria do Corinthians e já conversa informalmente sobre o lateral há semanas. Na última segunda, contudo, em uma reunião entre Farah e Luís Paulo Rosenberg, diretor de marketing do clube, o assunto foi tratado objetivamente.
As partes já chegaram a um acerto sobre o tempo de contrato: um ano, com opção de renovação. Exatamente como o de Ronaldo, que fechou até dezembro de 2010 e pretende atuar mais uma temporada no Parque São Jorge antes de encerrar a carreira. O problema é a questão financeira.
Roberto Carlos não pretende ganhar menos de R$ 300 mil mensais. O clube tenta reduzir o preço. Até o final desta semana a negociação deve ter um fim. Além do dinheiro, outro fator que pode atrapalhar a conclusão do acordo é o Santos. Farah também tem bom relacionamento com o clube da Vila Belmiro. E Roberto Carlos é amigo de Vanderlei Luxemburgo.
A chapa da situação santista, que apoia o atual presidente Marcelo Teixeira, também já sinalizou um acordo verbal com Roberto Carlos. Para essa negociação evoluir, porém, a situação precisa vencer a eleição marcada para 5 de dezembro.