Representantes do Brasil e de mais 21 nações se comprometeram hoje (2), em Genebra (Suíça), a adotar as medidas fixadas no Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento (SGPC) para redução de tarifas de uma série de produtos. O acordo inclui corte de pelo menos 20% das tarifas aplicadas a, no mínimo, 70% dos produtos agrícolas e industriais.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou das reuniões em Genebra. O objetivo do acordo é incrementar o comércio bilateral e multilateral entre os países envolvidos e aumentar as exportações.

“O acordo Sul-Sul hoje alcançado criará novas oportunidades de acesso a mercados para uma ampla gama de produtos exportados de países situados na África, Ásia e América Latina”, informou, em nota, o Ministério das Relações Exteriores.

Pelos termos do acordo, os representantes dos 22 países assumem também a responsabilidade de em 2010 conduzir negociações bilaterais e plurilaterais. O objetivo, segundo os negociadores, é avançar ainda mais no comércio multilateral.

O acordo foi firmado no encerramento da 7ª Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC). Participaram das negociações a Argentina, o Brasil, Paraguai e Uruguai (representando o Mercosul), a Argélia, o Chile, Cuba, o Egito, a Índia, o Irã, a Indonésia, Malásia, o México, Marrocos, a Nigéria, Paquistão, a Coreia do Sul, Coreia Norte, além do Sri Lanka, da Tailândia, do Vietnã e Zimbábue.

Segundo dados do Itamaraty, esses países respondem por 13% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial (cerca de US$ 8 trilhões) e 15% do comércio internacional (US$ 5 trilhões). No total mais de 2,6 bilhões de pessoas vivem em seus territórios – cerca de 38% da população mundial.

De acordo com diplomatas, os representantes dos 22 países se comprometeram ainda que vão buscar ampliar as oportunidades de acesso a mercados no contexto de revisão de resultados desta rodada de negociações, realizada em Genebra.

“O governo brasileiro está convencido de que o acordo é um passo sem precedentes na cooperação Sul-Sul. O acordo inspirará iniciativas similares e complementares que contribuirão para impulsionar a prosperidade econômica e social dos países em desenvolvimento”, diz a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.