O verão 2010, que começa no próximo dia 21, exatamente às 15h47, será influenciado pelo fenômeno El Niño – diferente dos dois últimos anos, quando tivemos a presença do La Niña. Segundo Celso Oliveira, meteorologista da Somar, a principal diferença do verão 2010 para os de 2008 e 2009 é em relação as temperaturas, que este ano ficarão mais elevadas em todo o País.

Para se ter uma ideia, no início deste ano, em 5 de janeiro, Porto Alegre registrou a temperatura máxima mais baixa da história, apenas 18°C. “Para janeiro de 2010, a chance disto acontecer é muito menor. O verão deve ser mais quente que os dois últimos e até mesmo ligeiramente mais quente que o normal para a estação no Brasil, favorecendo o turismo e a venda de artigos ligados à estação”, conta o meteorologista.

Segundo Celso, apesar de ainda existir previsão de chuvas abaixo da média nos três estados do Sul do País, o fenômeno El Niño impede a ocorrência de estiagens prolongadas. Trata-se de outra diferença, já que nos últimos verões a região teve problemas de seca. Inclusive, a partir do fim da estação, especificamente em março de 2010, a previsão é de chuvas acima da média.

No Sudeste e Centro-Oeste, boa parte das chuvas serão registradas na forma de pancadas, associadas com a Alta da Bolívia. Os modelos de previsão até indicam a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), mas elas devem se formar com menos frequência e durar menos tempo. “Além disso, em anos de El Niño, a chuva costuma parar mais cedo, a partir de março, trazendo problemas para culturas de 2ª safra, como o milho safrinha. De uma forma geral, para as duas regiões, a previsão é de precipitações abaixo da média”, afirma Celso.

Nas regiões Norte e Nordeste, já não há previsão de volumes elevados de chuva como o que vimos no início deste ano, especialmente no norte das duas regiões. Segundo o meteorologista, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é inibida pelo El Niño, fazendo com que as chuvas sejam mais irregulares e abaixo da média, cujos efeitos serão sentidos no decorrer do ano.