Um consórcio de ONGs aprovou, no Ministério do Meio Ambiente, o projeto “Ações de Governança Participativa no Corredor de Biodiversidade do rio Paraná – Bioma Mata Atlântica”. Com o objetivo de criar um modelo inovador de gestão ambiental integrada na região do Alto Paraná, o projeto terá 24 meses para ser implantado.

A partir do início deste ano, receberá recursos do banco de fomento alemão KfW, através do Programa Piloto para a Mata Atlântica – o PPG7, Subprograma Demonstrativo da Mata Atlântica – PDA.

Além do consórcio de ONGs, integram o projeto governos dos Estados, universidades, companhias energéticas e outras instituições que tenham interesse em aderir às atividades dos programas.

De acordo com os integrantes do consórcio, o grande desafio do projeto será construir “um sistema de políticas públicas de forma participativa junto aos setores da sociedade, considerando as pesquisas científicas e práticas de segurança alimentar, de forma a potencializar e replicar estrategicamente ações de conservação e autogestão.”

Outro objetivo é a institucionalização de um desenho do corredor que considere a conectividade e a dinâmica da paisagem, as bacias hidrográficas, áreas prioritárias, uso do solo e forma de gestão dos recursos naturais locais.

A criação de um corredor de biodiversidade que dê sustentabilidade a bacia do Alto Paraná é uma antiga bandeira de luta dos ambientalistas das regiões sul, sudeste e centro-oeste do País, onde vivem 32% da população brasileira e estão concentrados alguns dos maiores fragmentos da floresta estacional semidecicual, a chamada Mata Atlântica de Interior.

As instituições consorciadas do projeto são a Apoena – Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar, Deser – Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais, Instituto de Estudos Ambientais Mater Natura, Instituto Maytenus, IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e Instituto Pro-Carnívoros. São instituições parceiras Cesp – Companhia Energética de São Paulo, Coripa – Consórcio Intermunicipal para a Conservação do Rio Paraná e Áreas de Influência, IAP – Instituto Ambiental do Paraná , Itaipu Binacional, Sema- PR – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Paraná-Biodiversidade e Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

O projeto tratará de construção de sistemas de gestão e políticas públicas quanto desenvolverá ações praticas no campo como a identificação de áreas com potencial para ampliação, restauração, criação de novas unidades de conservação e micro-corredores, desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais, estudos de dinâmica da avifauna e utilização de onças como detetives ecológicos no sentido de identificar a efetividade do desenho do corredor e da conectividades entre as unidades de conservação. Outras metas são a recategorização das áreas exigidas pelo Snuc (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), averbação em cartório de áreas de preservação permanente e reservas legais, fomento de espaços de gestão coletiva e participativa (conselhos, consórcios, etc), monitoramento da paisagem, agregação de dados dispersos em um mesmo sistema georeferenciado e criação de mapas atualizados.