As emissões de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis devem crescer neste e no próximo ano nos Estados Unidos, acompanhando a recuperação econômica e dificultando a meta do governo Obama de reduzir as emissões antes de 2020, disse o principal autor de previsões energéticas para o governo nesta terça-feira.
As emissões desse gás do efeito estufa nos EUA devem crescer 1,5% neste ano, chegando a 5,53 bilhões de toneladas, e mais 1,7% em 2011, disse a Administração de Informação da Energia em seu relatório mensal sobre as perspectivas de curto prazo no setor.
As emissões de CO2, que representam 80% do total de gases do efeito estufa emitidos pelos EUA, devem acompanhar aumentos na queima de carvão nas usinas termoelétricas e uma ligeira elevação na demanda por combustível para o transporte.
“Isso significa que a meta dos EUA será mais desafiadora”, disse Kevin Book, analista da empresa ClearView Energy Partners LLC, em Washington. “Todo mundo espera que a demanda por combustíveis fósseis do transporte irá acabar se estabilizando, mas a demanda por eletricidade só sobe, mesmo com os ganhos de eficiência (energética)”, acrescentou.
O presidente Barack Obama prometeu em dezembro na conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague que seu país irá reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 17% até 2020, em comparação aos níveis de 2005. A recessão fazia a promessa de Obama parecer factível.
As emissões norte-americanas de CO2 caíram 6,1% em 2009, chegando a 5,45 bilhões de toneladas, refletindo a redução do trânsito de veículos e da demanda energética por causa da recessão, segundo a Administração. Isso significava um índice 8,9% inferior aos 5,98 bilhões de toneladas de 2005.
Mas a esperada recuperação econômica deve elevar a demanda industrial por eletricidade em 2,2% em 2010 e 2,5% em 2011, segundo a Administração. A queima de carvão, que emite mais dióxido de carbono do que qualquer outro combustível fóssil, provoca cerca de metade da eletricidade consumida nos Estados Unidos.