éspera de Natal. Às 8 horas da manhã, um marido aflito ligou para o 190 dizendo que a mulher entrara em trabalho de parto. Policiais do 9° Batalhão se deslocaram até a residência no bairro do Imirim, na zona norte da capital. Os policiais fizeram o parto e ajudaram a garota Samanta a nascer.
Pedidos como esse chegam todos os dias ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom). “São 35 mil chamadas por dia que variam de pedidos de pronto-socorro, enchentes a grandes ocorrências policiais”, informa a capitã Alessandra. Desde 1981 em funcionamento, o telefone 190 é visto pela população como solução para vários problemas, inclusive salvamento de bebês.
Na última segunda-feira, 4, o soldado PM Alves salvou um bebê que se engasgou após mamar. “É a quarta vez que realizo esse tipo de procedimento. Na primeira, os pais estavam a caminho do hospital e ligaram desesperados, mesmo assim conseguimos orientá-los. Hoje, o bebê está bem”, ressalta o militar.
Treinamento
Para manter a calma em situações assim, os homens da Polícia Militar passam por treinamento. Na sala de emergência do 190, os novatos acompanham o trabalho dos mais antigos. Além disso, os policiais que desejam trabalhar no centro de atendimento são submetidos a rigoroso teste de seleção.
“O policial passa por uma bateria de exames e avaliação da vida dentro da corporação. Somente metade dos que prestam os testes são aprovados”, conta a soldado PM Miralva Souza Cruz, psicóloga do setor de recrutamento do Copom.
No Copom trabalham mais de 400 homens e mulheres fardados, divididos em turnos. Nos horários de pico (fim de noite e madrugada), mais de 100 funcionários podem estar de plantão. Os policiais chegam a atender cerca de 300 ligações em oito horas de trabalho. Cada chamada deve durar, em média, três minutos.
Trotes
Os trotes são os fatores mais complicados do atendimento. A Polícia Militar recebe cerca de sete mil trotes diariamente, número que corresponde a 21% do total de ligações. Os maiores responsáveis pelos trotes são crianças e os adolescentes. Durante os intervalos e as saídas dos escolares, a incidência de ligações desse tipo aumenta 10%. Previsto no Código Penal como falsa comunicação de crime, o trote pode resultar em até seis meses de prisão.
Em 2009, o Copom de Presidente Prudente, que coordena as solicitações por meio do telefone 190 de 54 municípios da região, promoveu campanha educativa para coibir o trote ao telefone de emergência da corporação. “A utilização do telefone 190 como uma brincadeira pode causar sérios transtornos, pois as viaturas acabam, eventualmente, sendo deslocadas para o atendimento dos chamados, o que pode acarretar demora da chegada do policial militar para quem realmente precisa dos seus serviços”, afirma a capitão Alessandra.
Investimento
O Copom tem olhos espalhados por parte da cidade. Em 2009, foi inaugurado o sistema de vigilância por câmeras. O Governo do Estado investiu R$ 17,3 milhões no programa.
Atualmente, 102 câmeras estão em operação e mais 160 serão instaladas na capital, das quais 130 são câmeras móveis e 30 fixas. O sistema tem uma central de monitoramento no Copom, onde trabalham 60 policiais diariamente, durante 24 horas, em três turnos de revezamento.
Nos municípios de Aparecida do Norte e Campos do Jordão, o sistema de videomonitoramento está em fase final de implantação. Serão 34 câmeras em Aparecida 32 em Campos do Jordão.
Além de permitir a realização de prisões de criminosos em flagrante, as imagens geradas pelo sistema são utilizadas pela Polícia Civil como prova de crimes e podem vir a ser usadas pela prefeitura de São Paulo, Guarda Civil Metropolitana e pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).