A Justiça autorizou a Polícia Federal a abrir 19 novos inquéritos para apurar crimes de corrupção passiva e ativa que supostamente envolveriam a construtora Camargo Corrêa, obras, órgãos e agentes públicos. Uma das obras que serão investigadas é a da ponte de Paulicéia.

Segundo a reportagem, um dos investigados será o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo, Robson Marinho.

A decisão judicial também atendeu a pedidos da PF de abertura de investigações sobre delitos de fraude em licitação e formação de cartel que teriam sido cometidos por empreiteiras em obras em todo o país.

Os inquéritos criminais são desdobramentos da Operação Castelo de Areia, iniciada em março do ano passado para apurar supostos crimes financeiros atribuídos a executivos da Camargo Corrêa.

Outro lado

A defesa da construtora Camargo Corrêa afirmou ontem que as novas apurações decorrentes da Operação Castelo de Areia vão mostrar que as acusações contra a empreiteira são infundadas.

O advogado da empresa, Celso Vilardi, disse que “os alegados indícios [de crimes] estão baseados meramente em interpretações feitas pela Polícia Federal, que se baseiam muitas vezes apenas em iniciais” em manuscritos.

A obra

O governador José Serra esteve em Paulicéia no dia 25 de setembro do ano passado, na abertura oficial para o tráfego da ponte interligando os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

A ponte sobre o rio Paraná tem 1,7 km de extensão e liga as cidades de Paulicéia e Brasilândia (MS). Os investimentos da obra ultrapassam R$ 160 milhões, sendo 80% do Governo Federal e 20% do Governo Estadual. O projeto é de 1998 e foi apresentado como protocolo de intenções da Cesp em compensação ao impacto ambiental causado pela hidrelétrica Sérgio Motta em Primavera.

As obras tiveram início em 2001, foram paralisadas em 2005 e retomadas em 2007, com a liberação pelo governador José Serra de R$ 31 milhões para a conclusão da obra. A ponte possui um vão de navegação de 200 metros de extensão.