Desde julho do ano passado, o atendimento dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas é feito por meio do projeto “Virando o Jogo”, da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Dracena. Anteriormente, o serviço era realizado pelo Serviço de Obras Sociais (SOS), que ficou somente com a ‘Casa de Convivência Colméia’ que atende jovens desabrigados cujas famílias não têm condições de cuidar.

A responsável pelos atendimentos e funcionamento do projeto “Virando o Jogo” é a psicóloga Daniela Ormeneze. Ela informou que os adolescentes são encaminhados pela Justiça ao projeto, onde cumprem dois tipos de medidas socioeducativas – de liberdade assistida e de prestação de serviços à comunidade.

Nos atos infracionais mais graves, os adolescentes cumprem medida socioeducativa de internação, na Fundação Casa. Assim que saem da Fundação, estes jovens voltam para a liberdade assistida, sendo encaminhados para projetos que os atendam. Dos 21 adolescentes atendidos hoje em Dracena, cinco ou seis vieram da Fundação Casa.

Daniela explica que há os atendimentos individuais, toda semana, e em grupo uma vez por mês. Também são feitas reuniões mensais com as famílias e em conjunto com os adolescentes. “O objetivo é que, juntos, eles aprendam a lidar com as situações de conflito dentro de casa”, diz.

A psicóloga relata que a maioria dos jovens que chegam ao projeto, geralmente vem de bairros mais carentes, os pais são separados e na família já há histórico de infrações. “O exemplo da família e a vivência destes adolescentes favorecem muito para gerar os atos infracionais. No projeto, procuramos valorizar estes adolescentes, mostrar que eles podem ser melhores e mudar a realidade em que vivem”, ressalta.

As atividades desenvolvidas no projeto buscam incentivar os estudos, o trabalho e, principalmente, a mudança de vida. “Procuramos fazer com que os adolescentes que estão fora da escola retomem os estudos, buscamos encaminhá-los para cursos de acordo com o interesse deles, ajudamos a preparar currículo para emprego e orientamos para as entrevistas. Também providenciamos os documentos que eles não tenham como RG, CPF, título de eleitor”, conta Daniela.

Além disso, a psicóloga informou que nos casos de problemas com drogas, os jovens são encaminhados para tratamento. Daniela disse também que são feitas visitas e orientações às famílias. No projeto foi montada uma horta para que os adolescentes cuidassem e as mães participaram de oficina de decoupage.

Os adolescentes ainda viajaram para Presidente Prudente, onde conheceram lugares como o Parque do Povo, a Cidade da Criança, passearam no shopping e foram ao cinema. Daniela disse que a viagem foi muito produtiva e tem planos para fazer outra. “A proposta é mostrar outros lugares, levá-los para conhecer outras coisas. Não tivemos problemas e foi muito bom para eles, porque se animaram com o projeto”.

Daniela ainda agradece a parceria com outras entidades da cidade para as ações do projeto. “Os cursos e atividades que os adolescentes fazem fora do projeto são importantes para inseri-los na sociedade, para que conheçam coisas novas e melhores”, destaca. Ela afirma que alguns aproveitam as oportunidades oferecidas, outros nem tanto, mas reforça que é gratificante poder ajudar estes adolescentes e, se ao menos um deles escolher um caminho diferente, o trabalho no projeto será uma vitória.