Assim como ocorreu na Fuvest, a segunda fase do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) teve ontem o maior índice de faltas da década. Dos 14.706 convocados, 1.187 deixaram de fazer a prova – o que significa uma abstenção de 8,07%. Os vestibulandos que participaram do primeiro dia de prova dessa etapa final encontraram questões com dificuldade média e alta, de acordo com professores e candidatos ouvidos pela reportagem.
Para o coordenador da Comissão Permanente para o Vestibular (Comvest), Renato Pedrosa, o índice está dentro das projeções, apesar de ser um recorde. “Nas capitais, onde a abstenção foi maior, pode ter sido efeito do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que mexeu com as datas de vestibulares locais”, disse. No Rio de Janeiro, onde foi registrada a maior abstenção, o índice chegou a 45,45%, bem acima dos 14,14% do ano passado. Ontem foi realizada a prova da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que também contou com uma alta abstenção: 44%.
Os candidatos resolveram ontem questões de português e biologia. Para o professor de biologia do Anglo Armênio Uzunian, as perguntas foram exigentes. “Só quem sabe biologia com profundidade conseguiu resolver”. Segundo ele, as questões abrangeram todos os assuntos da biologia, passando pela genética, botânica e até ecologia.
Entre os professores de português, a opinião foi de que o nível da prova oscilou entre médio e difícil. Eduardo Antonio Lopes, do Anglo, lamentou o abuso de dois gêneros de textos. Havia três questões com imagens de publicidade e duas com tirinhas. “Podiam ter variado.” Hoje, haverá provas de química e história. Amanhã, física e geografia. Na quarta-feira, último dia, matemática e inglês. Os portões abrem sempre às 13 horas e fecham às 13h45. A lista de aprovados sai em 4 de fevereiro.