Apesar de 2009 ter sido um péssimo ano para os produtores de etanol, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) está otimista para 2010. “Não há risco de a produção de etanol ser prejudicada pela alta do açúcar no exterior”, garante o diretor técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues.

Segundo ele, o retorno do crédito no mercado e as mudanças que estão sendo implementadas no processo de comercialização do etanol resultarão em boas oportunidades de negócios para os produtores.

O setor tinha a expectativa de esmagar 580 milhões de toneladas de cana em 2009, mas acabou esmagando apenas 530 milhões. O problema foi ainda maior porque a cana precisa do estresse hídrico causado pela seca para ter mais concentração de sacarose. Com o excesso de chuvas, os produtores amargaram uma queda de 10 quilos de sacarose por tonelada de cana. “O ano passado foi trágico e apresentou situações muito negativas para o nosso setor. A crise financeira resultou na falta de crédito, e as empresas acabaram ficando sem espaço para novos financiamentos em um momento de carência por capital de giro”, explicou Padua.

“O capital de giro só foi obtido com a venda do nosso produto e, com isso, o preço baixou muito entre abril e setembro”, acrescentou. “Depois, com a safra não se desenvolvendo por causa da maior incidência de chuva dos últimos 30 anos, a oferta baixou no momento em que a demanda era crescente. Resultado: os preços explodiram a partir de novembro.”

Segundo a Unica, o aumento foi de 110%, na comparação entre abril de 2009 e janeiro de 2010. Padua, no entanto, espera resultados positivos neste ano. “Teremos crescimento da oferta e preços altamente remuneradores. O que não foi realizado em 2009 será realizado em 2010, tanto para a exportação de açúcar como para o mercado interno de etanol, com a expectativa de recorde nas vendas de veículos flex pela indústria automobilística.”