Agora que as festas e a correria típica do final do ano já passaram, e até mesmo o Carnaval, já que para muitos brasileiros o ano só começa depois do grande evento, pode-se fazer uma pausa para pensar sobre o novo ano e o que se deseja para 2010. A psicóloga Maria Cristina Suckow Monteiro falou sobre o assunto.

Em primeiro lugar é necessário estabelecer a diferença entre sonho e meta. “Sonho não tem prazo para ser realizado, já a meta tem”, explica. Existem metas de longo, médio e curto prazo. De uma maneira geral, todos nós temos metas diárias, são coisas simples do nosso cotidiano que passam despercebidas, como fazer uma lista de compras para ir ao supermercado, pagar uma conta, ir ao médico, mas que não deixam de ser metas. Estas não têm que necessariamente ser algo grandioso, inacessível. Muito pelo contrário, indica Maria Cristina. “As metas devem ser condizentes com a personalidade e a realidade de cada pessoa”, diz.

A psicóloga explica que toda resolução está relacionada ao reconhecimento de que algum aspecto não está satisfatório na vida de determinada pessoa, por exemplo, a decisão de emagrecer pode surgir devido a um problema de saúde ou a uma questão estética.

A partir de uma situação-problema, se define uma meta e para realizá-la é necessário estabelecer uma estratégia. Esta será variável de acordo com cada resolução, por exemplo, se uma pessoa quer emagrecer, a estratégia traçada pode ser fazer um regime, uma atividade física, buscar ajuda de profissionais da área da saúde, mas ela terá que agir, que percorrer um caminho para alcançar seu objetivo.

Toda escolha implica em restrições. Ainda com o exemplo do indivíduo que busca emagrecer, ao adotar a estratégia de fazer um regime, ele deixará de consumir alguns alimentos, que muitas vezes, eram apreciados. “Quando você determina uma meta, você deixa de lado outras coisas” afirma.

Para Maria Cristina, a maioria das metas são continuações das metas elaboradas ao longo do ano. “O mais difícil é manter uma meta”, considera. Ela observa que quando há afetividade envolvida as pessoas tendem a persistir mais. Mesmo assim, se por acaso houver desistência, ela não dever ser encarada como uma coisa definitiva, e sim, como a possibilidade de um recomeço. “As possíveis interrupções não devem ser o momento de parar”, completa.

Evidentemente, quando se trata de ser humano, as coisas não funcionam como uma receita de bolo, que é igual para todos. Mas, de um modo geral, as orientações são: estabeleça metas possíveis à sua realidade, dentro do seu ritmo; faça reavaliações periódicas, se você não tiver alcançado determinado objetivo, analise o contexto e dependendo da necessidade, mude sua estratégia, mas não se frustre; já, se você alcançou o que almejava, valorize sua conquista e acredite no seu potencial.

A psicóloga ressalta que as metas além de mudar ao longo da vida, vão diminuindo. Porém, há uma meta comum a todos: evoluir. “A maior meta da gente é buscar a evolução, melhorar em todos os sentidos”, esclarece. Para ela, o fundamental é nunca perder a esperança. “É importante que as pessoas não percam a esperança, que acreditem que mesmo, se as coisas estiverem ruins, elas podem melhorar”, considera.