Um poodle de sete meses morreu na terça-feira, durante a coleta de sangue realizada por agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), durante o inquérito canino. A proprietária do cachorro Vanessa Rizzi esteve na sede do Jornal Regional e contou que as agentes mostraram despreparo para lidar com o animal, o que segundo ela pode ter ocasionado a morte do cão.

Vanessa disse que o cachorro estava agitado e não foi utilizada focinheira. “As agentes seguraram o animal com uma mão no focinho e outra no pescoço. Foram quase dez minutos tentando tirar o sangue dele. Uma delas ainda pareceu preocupada com a demora, pedindo para que a outra terminasse logo”, afirma. Depois de um tempo, de acordo com Vanessa, o animal foi ‘amolecendo’ e morreu. Ela informou que o veterinário responsável pelo CCZ, Hugo Vagner Ulbano Bachega esteve no local e disse que, provavelmente, o cachorro teria morrido por problemas no coração.

Segundo Vanessa, ele também ofereceu um dos cachorros doados ao CCZ para que ela escolhesse. Vanessa destaca que as equipes que fazem a coleta dos exames deveriam ser melhores preparadas para lidar com os animais.

CENTRO DE ZOONOSES – Em contato com o veterinário do CCZ, Hugo Bachega ele afirmou que as agentes são treinadas para o serviço e que nunca aconteceu um caso como esse. Também explicou que o poodle é uma raça que tem muito medo, o que acaba aumentando a adrenalina do animal, ficando agitado.

Em análise superficial feita no local, Hugo constatou que o cachorro apresentava olhos anêmicos e língua roxa, atestando parada cardíaca. Ele não acredita que o cão tenha sido estrangulado, mas que deveria ter problemas de coração ou outro tipo de patologia, que somado ao stress, causou a morte.

Sobre a fucinheira, Hugo disse que pode ser utilizada ou não, dependendo do porte do animal e se este apresenta comportamento agressivo ou não. Também reforçou que o inquérito canino é um serviço de rotina dos agentes. “Não há nenhuma novidade, eles estão acostumados a fazer isso, e ao contrário do que as pessoas pensam, eles gostam dos animais”.

O veterinário informou ainda que o animal não foi escondido, ficou à disposição da proprietária para que pudesse levá-lo a outro veterinário para análise. Amanhã será feita a necrópsia do cachorro e a família poderá enviar um veterinário de confiança ou um representante para acompanhar.

EXAMES – O inquérito canino é feito com o objetivo de prevenir a leishmaniose. A população não deve ficar com medo em receber os agentes. Hugo disse que as equipes são treinadas para o serviço e o proprietário pode decidir se deixa coletar o sangue do animal ou não, neste caso, chamando outro profissional para realizá-lo. O proprietário também acompanha a coleta e pode auxiliar segurando o animal.