Os professores da rede estadual de Dracena iniciaram a paralisação das atividades ontem, aderindo à greve por tempo indeterminado aprovada no último dia 5 de março, em assembleia da categoria, na capital paulista. O movimento liderado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) tem como principal reivindicação o reajuste salarial de 34%.
De acordo com Ronaldi Torelli, diretor estadual da Apeoesp, a decisão foi tomada devido à falta de negociação com o Governo, que há anos não tem resultado. Além disso, segundo Torelli, o Governo dificultou bastante a vida dos professores e demais profissionais da educação com resoluções e leis. Ele ressaltou ainda, que o Governo ofereceu apenas incorporação de uma gratificação em três vezes, em 2010, 2011 e 2012, que vai representar um aumento de R$ 6,47 aos professores. “As entidades consideraram isso um absurdo e sem oportunidade para negociação decretaram a greve”, disse.
Além do reajuste salarial, também são reivindicações da categoria a diminuição de alunos em sala de aula, melhores condições de trabalho, fim da evolução através de provas, concursos públicos periódicos classificatórios para efetivação de quase 100 mil ACTs (temporários) que existem na rede.
“Os professores, além de insatisfeitos com o salário, estão preocupados com a violência na escola, inclusive pela falta de funcionários, e também com a prova para que possa evoluir na carreira, que faz com que os professores não tenham férias, já que precisam estudar, deixando-os sempre tensos e cansados”, destaca o diretor.
Ronaldi Torelli disse ainda que a região toda aderiu à greve, que tem apoio de todas as entidades do magistério: CPP, Apase, Apampesp, Udemo e Afuse.
Em Dracena, ontem, a EE Alfredo Machado mantinha os portões fechados e também cartaz “Estamos em Greve”. Hoje, deverá paralisar as atividades a EE Isac Pereira Garcez e amanhã, as EE 9 de Julho e Julieta Guedes.
O movimento segue por tempo indeterminado e nesta sexta-feira (12) haverá nova assembleia em São Paulo, na Avenida Paulista. A última greve com grande adesão liderada pela Apeoesp ocorreu em 2000. Em Dracena, são cerca de 250 professores na rede estadual de ensino.
Segundo Torelli, o magistério está sem aumento desde 1998, quando foi feito um novo plano de carreira. Ele também afirmou que a data-base da categoria, por lei, é março e todos os anos têm sido desrespeitada pelo PSDB.