O professor e ex-secretário de Educação do Estado de São Paulo, Gabriel Chalita chegou ontem à tarde, a Dracena, quando participou de entrevista coletiva e visitou projetos da Prefeitura, aproveitando que estaria na cidade para o Fórum de Educação Existencial. O evento ocorreria ontem à noite, no Cesd.

Desde os 15 anos atuando na área da educação, tanto em escolas públicas como particulares, viajando para congressos em outros países, Chalita considerou que a educação é um grande processo de transformação humana que vive uma crise de valores hoje, devido a facilidade da informação. “A contribuição do fórum é fazer com que os professores reflitam sobre o seu papel, fundamental no aprimoramento da qualidade das aulas e no aprendizado dos alunos”, destacou.

Chalita ainda disse que a concepção de educação hoje é ineficiência. “Existem bons projetos educacionais, mas que são interrompidos pelas mudanças de governo, ou muitas vezes, no mesmo governo. Projetos como o ‘Escola da Família’, que antes funcionavam muito bem, hoje ocorrem timidamente, das cerca de 500 escolas de período integral implantadas, algumas já foram desativadas. Percebe-se que com o tempo, os projetos começam a retroceder”.

Uma das sugestões para mudar esse perfil, segundo Chalita, seria reunir os partidos políticos para que, em consenso, assumissem compromissos educacionais em longo prazo e sem interrupções. “O grande problema da educação no país é a falta de continuidade dos projetos, com isso, vemos o quanto estamos atrasados em relação a outros países”, comenta.

Em relação à candidatura ao Senado pelo PSB, Chalita disse que está tudo encaminhado, porém aguarda a discussão do partido e as alianças. Também informou que a candidatura de Ciro Gomes está descartada. Sobre a corrupção na política, Chalita afirmou sua tristeza em observar que parte da população se acostumou a ela. Ressaltou que a ética é a base da política e é preciso formar uma geração de valores.

LIVRO – Antes do Fórum de Educação, Chalita estaria autografando o livro que lançou recentemente, escrito com o padre Fábio de Mello: Cartas entre amigos – sobre ganhar e perder. Na coletiva, ele informou que foram vendidos 300 mil exemplares, o que considerou um fenômeno de vendas, visto que ocorreu em apenas um mês. Chalita ainda comentou que a parceria com Fábio de Mello deu certo, também por trabalharem com o conceito de cartas, que contam histórias de vida, misturam poesia e experiências humanas, o que faz as pessoas se identificarem com o livro.