O promotor-geral de Israel informou nesta quarta-feira, 2, que os cerca de 700 ativistas presentes na frota de ajuda humanitária atacada na segunda-feira quando levava ajuda para Gaza serão deportados ao final do dia.

Yehuda Weinstein disse que Israel decidiu não processar nenhum dos ativistas. As autoridades haviam considerado anteriormente abrir ações na Justiça contra cerca de 50 pessoas suspeitas de envolvimento nos episódios violentos da segunda-feira. Weinstein, porém, anunciou que “mater os ativistas em Israel causaria ainda mais danos que benefícios aos interesses vitais do país”.

Na segunda-feira, militares israelenses abordaram o comboio de seis navios do movimento Gaza Livre, dedicado a levar ajuda humanitária ao território palestino. O ataque, que deixou nove mortos, ocorreu no Mar Mediterrâneo, a cerca de 128 quilômetros da costa de Gaza. A ação provocou grande reação da comunidade internacional, principalmente das nações árabes e islâmicas.

O governo de Israel havia dito durante a semana que não permitiria a entrada de quaisquer embarcações em águas da costa da Faixa de Gaza. Os israelenses, que permitem a entrada de ajuda humanitária a Gaza por fronteiras terrestres controladas, disse que a frota poderia desembarcar no porto de Ashdod. O Estado judeu mantém o bloqueio à Faixa de Gaza desde que o grupo militante palestino Hamas tomou o controle do território em 2007.

Ativistas

Alguns ativistas já foram deportados por Israel. Nesta quarta, 123 deles, vindo de 13 países – entre eles Turquia, Malásia, Indonésia, Barein, Kuwait e Paquistão – foram levados de ônibus para a Jordânia, onde uma multidão de simpatizantes os aguardava.

Na noite de terça-feira, Israel anunciou que pretende deportar todos os detidos até quinta-feira. “Não queremos ver ativistas estrangeiros em um centro de detenção israelense, então decidimos acelerar o processo de deportação e nossa esperança é ter todos esses ativistas fora do país dentro de 48 horas”, disse o porta-voz do governo israelense Mark Regev.