Maria Soberana de Oliveira, moradora de Dracena, entrou em contato com a reportagem do Jornal Regional para reclamar do atendimento que seu marido Rubens Gomes (72 anos) recebeu no PAM (Pronto Atendimento Municipal) no último sábado. Ela contou que Rubens passou mal e precisou ser levado pelo Resgate ao PAM, chegando lá por volta das 7h.
No local, segundo ela, o marido recebeu uma medicação para baixar a pressão arterial pelo médico plantonista e permaneceu aguardando internação na Santa Casa numa maca por seis horas.

A família queria chamar outro médico, mas conforme informou Maria, não deixaram. Ela ainda disse que ao terminar o horário do plantão, o médico do PAM estava assinando os papéis para dar alta ao marido, liberando-o para ir para casa. “Chamamos outro médico por conta própria e quando ele viu meu marido, disse que já havia perdido tempo demais esperando, que o caso era gravíssimo”, ressaltou Maria, que acabou perdendo o esposo. “É hora das autoridades acordarem e tomarem providências; os médicos precisam respeitar as pessoas, a vida”, desabafa Maria.

PAM – O diretor do PAM, o médico Flávio Borotti esclareceu que os atendimentos prestados pelo plantonista a Rubens ocorreram corretamente. “O paciente apresentava um quadro de hipertensão e suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi medicado corretamente e permaneceu em observação, aguardando uma vaga para internação na Santa Casa, o que ocorreu por volta das 12h30, 13 horas”, informou Borotti. Ele ainda destacou que não houve erro nos procedimentos do PAM e, assim como Rubens, haviam mais pacientes no local aguardando vagas de internação na Santa Casa.

SANTA CASA – O diretor clínico da Santa Casa, Pablo Fabian Aviles Cabrera, explicou que a defasagem de leitos na UTI para internações ocorre nas cidades em geral e que as vagas são controladas pela Central de Regulação de Vagas em São Paulo. “Não é a Santa Casa, nem o médico quem decide as vagas, elas são reguladas pelo Governo. Se há um paciente de outra cidade precisando e há vaga na UTI, temos que atender, como já fizemos com pessoas de Lins, Rancharia, Presidente Venceslau, entre outras localidades. Há dez leitos na UTI da Santa Casa e estão sempre lotados, em grande parte pelo alto número de acidentes graves na região cujos pacientes são atendidos aqui. Fazemos o possível para atender a todos”, diz Pablo.

O médico concluiu afirmando que os prefeitos de todos os municípios da região deveriam conhecer o trabalho desenvolvido na UTI da Santa Casa.